Tíquetes são insuficientes para o trabalhador almoçar o mês todo
Para aliviar o bolso do trabalhador, foi instituída a Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976, que dá direito ao auxílio-alimentação.
Publicado 09/04/2013 09:52 | Editado 04/03/2020 16:40
O benefício, entretanto, não consegue suprir as necessidades do consumidor brasiliense. Conforme a Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), o valor médio do tíquete dos assalariados brasileiros é de R$ 13. De acordo com o levantamento da empresa Ticket, uma das maiores do ramo, no DF, o benefício chega a R$ 14,55, o equivalente a R$ 320,10 por mês. Apesar da pequena diferença, o brasiliense consegue almoçar apenas por nove dias, levando em conta o valor médio da refeição na capital do país, de R$ 32,23. No dia a dia, o trabalhador desembolsa dois tíquetes e meio para almoçar.
O gerente comercial João Elísio de Lima Silva, 42 anos, exemplifica bem a defasagem. “Como fora de casa todos os dias por conta do tempo e da distância. Desembolso pelo menos R$ 12 por dia e recebo R$ 8 de auxílio-alimentação. A minha chefe já considera aumentar, porque todos estão reclamando”, conta.
Comida cara
Os gastos com alimentação abocanham cada vez mais o orçamento das famílias dos moradores do Distrito Federal. A alta nos preços de frutas e verduras começa a impactar não só a feira doméstica. Quem precisa comer fora de casa também sente no bolso o reflexo desse aumento. O gasto médio do brasiliense com o almoço em um restaurante é de R$ 32,23, incluído o prato principal, a bebida, a sobremesa e o cafezinho. O valor é o segundo maior do Brasil, ficando atrás de Belém apenas por uma diferença irrisória de R$ 0,14. Na capital paraense, é preciso desembolsar R$ 32,37 para fazer uma refeição. Os números são de uma pesquisa do Instituto Análise que foi encomendada pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Asse rt).
Em Brasília, na pesquisa divulgada no ano passado, o preço médio da refeição era R$ 22,77. Este ano, ficou 41,5% mais cara e, em relação a média nacional, subiu 17,6%. Essa escalada reflete, além do impacto provocado pelos fenômenos climáticos e pragas na agricultura, a pressão exercida sobre os preços pelos valores cobrados por aluguéis e outros custos operacionais dos restaurantes.