Sindicalistas protestam contra a alta dos juros em frente ao BC

Hoje (17) o café da manhã dos sindicalistas foi em frente ao Banco Central em protesto contra a possível decisão sobre aumento dos juros feito Comitê de Política Monetária (Copom). Manifestantes prepararam peixes e tomates em uma churrasqueira para simbolizar a chantagem monetária feita pelo capital financeiro e a grande mídia.

Centrais Sindicais

Com palavras de ordem de menos juros e mais emprego e desenvolvimento, o ato com os militantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Força Sindical, Nova Central e União Geral dos Trabalhadores chamou atenção de quem passava pela Avenida Paulista.

A redução dos juros é uma marca do governo da presidenta Dilma Rousseff, em que a própria presidenta encabeça a defesa e ações referentes ao assunto. Em agosto de 2011 a taxa Selic era de 12%, e desde então, vem caindo progressivamente e, hoje é de 7,25%.

Para a vice-presidente da Apeoesp (Sindicato dos professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) , Francisca Pereira da Rocha, o ato demonstra que a sociedade civil não caiu no conto do tomate, inflamado pela mídia nos últimos dias. “A taxa de juros, que já é muito alta, não pode subir para conter a inflação. Se os juros aumentar quem sai perdendo são os trabalhadores e não os que ganham dinheiro com a especulação financeira”.

As centrais compartilham a ideia de que a diminuição de juros é condição essencial para o crescimento da economia, geração de empregos e para melhorar a situação econômica do país. “O que nós estamos vendo é um terrorismo midiático propagando uma ideia falsa de que a inflação do país saiu do controle do governo”, disse Nivaldo Santana, secretário nacional sindical do PCdoB.

Para Nivaldo, governo já está adotando uma série de medidas para controlar os preços. “A redução da energia elétrica, a desoneração dos alimentos da cesta básica, o adiamento do reajuste das tarifas de transporte, são todas medidas de forte impacto na taxa de inflação”, defendeu.

“Interromper a queda de juros agora vai agravar a situação econômica do país e retardar a retomada do crescimento. Isso certamente interferirá no emprego dos trabalhadores”, finalizou Santana.

Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, quem é diretamente prejudicado é a classe trabalhadora, os empresários do setor produtivo e em geral os consumidores. “Os juros no Brasil são um escândalo e, apesar da reorientação da política monetária no governo Dilma, a economia nacional continua vítima de uma das maiores taxas reais de juros e o spread mais extorsivo do mundo”, enfatizou.

A preocupação dos sindicalistas é justamente que, no final, o impacto se dá na vida do trabalhador com forte impacto na taxa de desemprego e consequente diminuição dos salários.

A apreensão é partilhada com José Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, que defende, entre outras medidas, o combate da inflação se dê “com mais investimento em infraestrutura, mais qualificação profissional para que a produtividade aumente e também com políticas de redução dos impostos para que as mercadorias sejam competitivas”.

“A presidenta Dilma não pode ceder a pressão da mídia e dos banqueiros internacionais e setor financeiro, pois quem perde é o país”, manifestou Alcides Amazonas, deputado estadual do PCdoB.

De São Paulo,
Ana Flávia Marx