Copom inicia nesta terça reunião para definir taxa de juros

A terceira reunião deste ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tem início na tarde desta terça-feira (16). A segunda parte da reunião continuará nesta quarta (17), quando o Copom irá anunciar a sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic.

A mediana (que desconsidera extremos nas projeções) das expectativas de instituições financeiras consultadas pelo BC é que a Selic seja mantida no atual patamar de 7,25%, nesta reunião. Mas os analistas esperam que o BC inicie, em maio, processo de aumento da taxa básica. No próximo mês, a previsão é que a Selic seja ajustada em 0,5 ponto percentual para 7,75% ao ano. Ao final de 2013, a taxa básica deve chegar a 8,5% ao ano, a mesma expectativa para o fim de 2014.

Para a Tendências Consultoria Econômica, a Selic só deve ser ajustada para cima depois das eleições, em outubro de 2014. Só aí, começaria o ciclo de alta, com aumento de 0,5 ponto percentual. “Teria que ter um aumento de juros importante, mas taxas mais baixas são a grande bandeira do atual governo”, disse a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências. A Selic serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Na avaliação da economista, o governo deve adotar outras medidas para conter a inflação, como mais desonerações para o setor privado.

No dia 2 deste mês, Tombini disse que as taxas de juros da economia devem permanecer mais baixas no país, independentemente de haver ciclos monetários (aumentos da Selic) para combater a inflação. Segundo o presidente do BC, as taxas de juros estão mais baixas devido a mudanças estruturais na economia, como o aumento do acesso da população a serviços bancários nos últimos anos e a ampliação do mercado de crédito.

A Selic passou por um processo de redução, de agosto de 2012, quando caiu de 12,5% para 12% ao ano, até outubro do ano passado (ajustada de 7,50% para 7,25% ao ano). Nas três reuniões seguintes, em novembro de 2012, janeiro e março deste ano, o Copom optou por manter a taxa em 7,25% ao ano.

A expectativa de que haverá alta da Selic neste ano vem do cenário de aumento da inflação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), escolhido pelo governo para guiar o sistema de metas de inflação, vem subindo desde julho do ano passado, no acumulado em 12 meses. Em março, o índice acumulado chegou a 6,59% e ultrapassou o teto da meta de inflação do governo, que é 6,5%. A última vez que o IPCA havia superado a meta do governo foi em novembro de 2011, quando a taxa registrou variação de 6,64%.

Cabe ao Banco Central fazer com que a inflação fique dentro da meta de inflação no fechamento do ano. A meta, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, tem como centro 4,5% e margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. De acordo com as projeções do mercado financeiro, o IPCA deve deve fechar este ano acima do centro da meta (4,5%), mas abaixo do limite superior (6,5%). A estimativa das instituições financeiras consultadas pelo BC é que o índice fique em 5,68%.

O Copom, responsável por definir a Selic, reúne-se oito vezes por ano. A taxa é elevada quando o objetivo é estimular a poupança e conter a expansão excessiva da demanda. Quando a procura por bens e serviços cresce, há dificuldade da indústria, do comércio e do setor de serviços de suprir os consumidores na mesma proporção do aumento da demanda. Com isso, a tendência é que preços aumentem.

O comitê não muda os juros básicos quando acredita que o patamar da taxa é suficiente para gerar equilíbrio entre o que se produz, o que se compra e os preços. O Copom pode ainda reduzir a taxa Selic se o objetivo for aquecer o mercado consumidor e estimular a atividade econômica.

Informações da Agência Brasil