Encontro em Jundiaí fortalece unidade política do PCdoB-SP

O encontro foi dividido em três mesas temáticas que abordaram o projeto político-eleitoral do PCdoB e as eleições 2014; os desafios das gestões municipais e a influência do Partido nas cidades e ainda o fortalecimento político e orgânico e a importância dos mandatos parlamentares neste processo. O presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, o prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi, e os vereadores Gustavo Petta (Campinas) e André Luiz da Silva (Ribeirão Preto) foram os debatedores.

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Novos Patamares de desenvolvimento

“Pedro Bigardi é uma liderança testada, conhece os problemas da região e é um homem comprometido”, definiu o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, que participou da mesa Projeto político-eleitoral do PCdoB e eleições 2014. O prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi, anfitrião do encontro, coordenou a mesa.

Renato complementou dizendo que a gestão municipal é fundamental para mostrar a capacidade de governar do PCdoB. Ele citou o município de Olinda (PE) como um símbolo de experiência administrativa comunista que vem dando certo. A prefeitura da cidade é administrada pelo PCdoB há quatro mandatos.

“Olinda tem acumulado gestões amplas politicamente. Jundiaí também está buscando esse caminho da participação política ampla no governo. Acredito que é um primeiro passo para viabilizar um programa de desenvolvimento e modernização que o PCdoB defende em todos os níveis de governo”, destacou Renato.

O presidente do PCdoB complementou que é fundamental para o fortalecimento do Partido nas conjunturas nacional, estadual e municipal, que a legenda contribua com ideias nesse caminho por patamares mais avançados de desenvolvimento, que a presidenta Dilma vem buscando. Ressaltou ainda a importância da realização do 13º Congresso neste ano, que será marcado pelos desdobramentos da crise econômica e a preparação das eleições de 2014.

“É necessário na fase atual fortalecer a presidenta Dilma que representa um ciclo que em muito pouco tempo conseguiu mudanças muito significativas. E o PCdoB tem papel importante na aliança que sustenta esse ciclo de dez anos”, disse Rabelo.

Mudança no comando político paulista

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, observou que o estado de São Paulo foi perdendo a vocação de grandeza e de ambição. “Perdeu a capacidade de ser o dínamo do crescimento do Brasil.” Ele complementou que é preciso pensar com amplitude no papel de São Paulo no projeto de desenvolvimento e crescimento do Brasil.

Aldo lembrou a influência de São Paulo na constituição do território brasileiro. “Podíamos ser um Chile do Atlântico, com uma faixa de território. Somos um país com 17 mil quilômetros de fronteiras, oito mil quilômetros de litoral. São Paulo com a industrialização e a produção de  café atraiu imigrantes. A contribuição de São Paulo é fundamental para ajudar o Partido a ter um bom desempenho na construção de um país forte e com soberania”, afirmou.

Aldo contou uma história da infância quando a mãe buscava “um pedaço de chão” para construir uma casa onde morar com os filhos após ficar viúva. “Bastava ter um teto para se mudar. O país é assim, não nasce pronto.” O presidente do Comitê Estadual, vereador Orlando Silva, recuperou a imagem usada por Aldo para ilustrar a construção e o fortalecimento dos partidos políticos, em especial do PCdoB.

“O nosso partido vive a fase mais longa de vida democrática. Politizando, estabelecendo os pontos de contato, discutindo livremente, amplamente. O esforço de ampliação do PCdoB só veio a somar e resultou na vinda para o Partido de lideranças como Protógenes e Leci Brandão”, disse Orlando.

O crescimento do PCdoB no estado de São Paulo, que tem a vice-prefeita da capital, Nádia Campeão, e o prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi, entre as principais cidades do estado, ilustra o quadro político estadual, onde há um desgaste do PSDB, que enfrenta uma crise na Segurança Pública e também na Habitação, entre outros setores.

Orlando considera que está ao alcance do Partido no estado contribuir com o projeto eleitoral do PCdoB na construção de chapas fortes para a Assembleia Legislativa de São Paulo e Câmara Federal. “É preciso um esforço de filiação de lideranças que tenham base própria e com as quais tenhamos identidade política”, reforçou Orlando.

Ele convocou as lideranças no estado a se empenharem para que o Partido consiga compor uma chapa própria e completa para a disputa estadual. Na última eleição foram 76 candidatos do PCdoB em São Paulo, mas pela legislação o número de inscritos pelo Partido poderia ir até 141 candidatos.

“Nas eleições passadas tivemos bons resultados em regiões do estado como o ABC e o Vale do Paraíba, por exemplo. Esse chamado do Partido envolve todos os vereadores que deveriam se apresentar como alternativas para compor a nossa chapa estadual. Além deles, gestores, secretários, lideranças. É uma forma de colocar São Paulo no caminho do esforço nacional e construir a unidade em torno da reeleição da presidenta Dilma”, ressaltou Orlando.

PCdoB forte em São Paulo

As eleições de 2012 alçaram o PCdoB de São Paulo a um novo patamar. Foram quatro prefeituras conquistadas, entre elas Jundiaí, com Pedro Bigardi, e mais cinco vice-prefeituras, com destaque para a capital, com a eleição de Nádia Campeão como vice-prefeita. Dobrou o número de vereadores no estado e manteve a bancada de dois parlamentares na Assembleia, com Alcides Amazonas assumindo a cadeira do deputado Pedro Bigardi.

Para a vice-prefeita Nádia Campeão, este é o momento do exercício coletivo do Partido de se enxergar à frente de prefeituras médias e grandes, respectivamente, como Jundiaí e São Paulo.
“É hora de conseguir colocar a gestão como um todo em andamento. Politica e gestão devem caminhar juntas logo no primeiro ano de governo, assim como o diálogo deve ser intenso e amplo com a população”, disse Nádia durante a mesa que abordou o tema Desafios da Gestão Municipal e a Ampliação da influência política do PCdoB no município.

Nádia completou dizendo que o Partido tem que estar na sociedade e junto aos movimentos mas precisa também se relacionar com a administração municipal. “E isso independe do tamanho da participação na administração. Apoiar as ações da administração quando estiver de acordo com o programa escolhido mas também ponderar, criticar e sugerir, quando for o caso.”

Com um orçamento municipal de um R$ 1,6 bilhão projetado para Jundiaí, o prefeito Pedro Bigardi começa a dar mostras de um novo estilo de governar distribuindo a riqueza da cidade para as áreas mais carentes e promovendo o diálogo permanente com a comunidade.

“Revertemos a aplicação de recursos na saúde, entregamos leitos e vamos construir um novo hospital, por exemplo. São medidas que começam a fazer efeito na vida da população. Assim será nos transportes e em diversas áreas. Estamos construindo junto com a população e essa foi uma grande mudança na cidade”, contou Bigardi.

Para ele, o seminário realçou o espírito de unidade entre a militância do PCdoB no estado. “Eu percebo uma empolgação muito grande. Sinto isso nas conversas. O nosso Partido teve bons resultados no último processo eleitoral. Mostrou força e vai crescer mais ainda”, concluiu.

O encontro também reservou um espaço para debater mandatos parlamentares com os vereadores Gustavo Petta, de Campinas, e André Luiz, de Ribeirão Preto.

Cerca de 400 pessoas participaram do encontro que contou ainda com as presenças do secretário da Promoção da Igualdade racial de São Paulo, Netinho de Paula, e do deputado estadual Alcides Amazonas, assim como de prefeitos, vices e secretários municipais no estado.

De Jundiaí, Railídia Carvalho, da Sucursal do Vermelho em São Paulo