Primeiro de Maio: a Luta deve ser Permanente

 

Nesta quarta, 1° de Maio, trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo todo comemoram o Dia Internacional do Trabalhador. Os sindicalistas classistas de todo o mundo procurarão fazer da data um momento importante de luta pela valorização do trabalho, manutenção dos direitos atuais e pela conquista de novos.

Várias manifestações já estão sendo realizadas em todo o país. Centrais, Confederações, Federações e Sindicatos irão às praças públicas das principais cidades brasileiras para levantar as bandeiras fundamentais de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Certamente, redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim do fator previdenciário, a política de valorização do salário mínimo e o trabalho decente estarão entre as reivindicações que as lideranças do movimento sindical levarão às manifestações.

Trata-se de um momento relevante para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, e que merece ter seu significado relembrado. A data refere-se a um grande movimento grevista, desenvolvido em Chicago, em maio de 1886, por operários que lutavam entre outras reivindicações, pela redução da jornada de 13 para 8 horas semanais. O movimento foi duramente reprimido e seus líderes principais foram condenados à morte.

Os mártires de Chicago passaram à História como os primeiros heróis desta luta fundamental dos trabalhadores, que tem caráter libertador. Anos depois, o 1° de Maio foi internacionalizado, por decisão de um congresso socialista realizado em Paris. Pela primeira vez, em 1890, o 1° de Maio é comemorado simultaneamente em todo o mundo, transformando-se assim no Dia Internacional dos Trabalhadores.

Alguns setores da sociedade, ajudados por uma mídia descompromissada com a luta da classe trabalhadora, hoje tudo fazem para retirar do Primeiro de Maio sua conotação política, combativa e classista, transformando a data maior do movimento operário num feriado insignificante.

Mas porque o tempo não pára e a realidade é implacável na sua tendência a contrariar as vontades daqueles que lutam contra o desenvolvimento histórico, o Primeiro de Maio, apesar de tudo, continua sendo comemorado pelas forças do trabalho como um dia de luta.

No Brasil, a história das celebrações do Primeiro de Maio também foi pontilhada de lutas e atos heróicos, e estiveram relacionadas à luta por melhores salários e pela redução da jornada. A primeira manifestação registrada ocorreu em Santos, em 1895. A data foi consolidada , quando um decreto presidencial estabeleceu o 1° de Maio como feriado nacional, em 1925. A efeméride ganhou status de "dia oficial", quando Getúlio Vargas era Presidente da República. Ele aproveitou o dia para anunciar, em anos diferentes – fruto de intensas lutas dos trabalhadores e trabalhadoras – os reajustes de salários mínimos e a redução da jornada.

Nos últimos anos, a data tem sido um momento especial para reforçar a unidade dos trabalhadores no combate por históricas reivindicações, dentre as quais sobressai a luta, mais atual do que nunca, pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, cuja conquista é um dos pressupostos para alcançar uma vida digna para os trabalhadores e impulsionar um projeto nacional de desenvolvimento.

O momento é de reforçar a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil durante todo o mês de maio, com manifestações, atividades e homenagens àqueles que contribuíram para que a classe trabalhadora conquistasse direitos e caminhasse rumo a uma sociedade justa e democrática.

Jana Sá, com informações da CTB