Putin e Obama falam da crise na Síria e de investigações da ONU

O presidente russo Vladmir Putin examinou, com seu homólogo estadunidense Barack Obama, em conversação telefônica a situação na Síria e as possibilidades conjuntas de coordenar para uma solução do conflito nesse país, confirmaram nesta terça-feira (30) fontes do Kremlin.

Armas químicas em Aleppo - Sana

De acordo com a nota, os mandatários sublinharam a importância de o secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, celebrarem contatos permanentes e adotarem passos conjuntos para uma solução da crise síria.

Segundo a imprensa russa, a Casa Branca insiste em dar crédito às informações difundidas por meios ocidentais sobre o suposto uso na Síria das armas químicas, cuja investigação objetiva o próprio governo de Damasco solicitou à ONU.

A chancelaria da Rússia deplorou as tentativas de dilatar as investigações solicitadas pelo governo da Síria em torno dos eventos de 19 de março (em Aleppo, no norte do país, quando se suspeita que foram usadas armas químicas pelos insurgentes), sob a pressão de alguns países ocidentais para que se investiguem outros casos, alegadamente relacionados com o tema.

O chanceler russo alertou que se o incidente ocorrido em Aleppo não for investigado imediatamente, a culpa recairá sobre aqueles países que “tentaram frear o secretário-geral da ONU para dar uma resposta direta e simples a uma petição concreta das autoridades sírias”.

“A comunidade internacional complica a situação e isso evoca os acontecimentos relacionados com o Iraque (2003), depois da invasão deste país e a derrubada do presidente Saddam Hussein”, disse Lavrov.

O chefe da diplomacia russa considerou inadmissível que se possa especular sobre o suposto emprego de armas de extermínio massivo na Síria, com propósitos geopolíticos de fundo. O ministro advertiu também que o uso de armas químicas é um tema demasiado sério para que seja objeto de jogos.

A França, os EUA e o Reino Unido exercem pressão permanente na ONU “para que especialistas investiguem as versões, difundidas no Ocidente, sobre todos os casos de emprego de armas químicas no país árabe”, segundo declararam.

Durante a conversação telefônica, os presidentes Putin e Obama analisaram a intenção de reativar os contatos entre os serviços especiais de segurança, logo após o atentado em Boston, informou o Kremlin.

Ambos os mandatários confirmaram a celebração de encontros presidenciais previstos para este ano, durante a reunião do Grupo dos Oito (G8), em meados de junho, e a visita de Obama à Rússia em setembro, às vésperas da cimeira do G20 em São Petesburgo.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho