Bolívia espera que Usaid saia do país "o quanto antes"

O governo da Bolívia espera a saída "o quanto antes" da Agência Estadunidense para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), expulsa do país após acusações de ingerência. "Quanto mais rápido forem embora, melhor para nós", assegurou nesta segunda-feira (6) o vice-presidente boliviano Álvaro García Linera em coletiva de imprensa na sede do Executivo.

Garcia Linera

O vice-presidente ratificou que o governo conta com os recursos necessários para substituir a questionada ajuda da Usaid a alguns programas sociais em determinadas regiões da Bolívia.

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Na última quarta-feira (1º), Morales convidou a organização norte-americana a retirar-se do país, acusada de conspirar contra seu governo, o que causou incômodo a Washington e sua delegação diplomática na Bolívia."Foi questão de soberania, de segurança para o Estado", assegurou o presidente.

O governante acusou a Usaid de conspiração e de ingerência política nos sindicatos camponeses e outras organizações sociais para desestabilizar o país. "Não fazem falta algumas instituições da embaixada dos Estados Unidos que seguem conspirando contra este processo, o povo e em especial contra o Governo nacional e por isso, aproveitando o 1 de maio, quero lhes informar que decidimos expulsar a Usaid da Bolívia, Usaid vá embora da Bolívia", disse em um ato pelo Dia Internacional dos Trabalhadores.

Morales já tinha considerado uma possível expulsão da Agência no dia 18 de abril, quando criticou um discurso do chefe da diplomacia estadunidense, John Kerry, no qual qualificou a América Latina como quintal de seu país.

"Repudiamos as declarações por considerá-las desrespeitosas, porque desconhecem a realidade dos povos da América Latina", assegurou o presidente então.

O governante recordou que sua nação deixou de ser quintal graças à libertação econômica, à nacionalização dos hidrocarbonetos e à luta dos movimentos sociais.

A expulsão de uma instituição dos Estados Unidos é a terceira realizada pelo governante desde que chegou ao poder em janeiro de 2006.

Em 2008, Morales expulsou o embaixador Philip Goldberg, acusado de conspirar com a oposição, e em novembro do mesmo ano, pediu a retirada da agência antidrogas estadunidense (DEA) por suposta espionagem.

A Usaid operava na Bolívia desde 1964 e com seus recursos, infraestruturas, frota de automóveis e soldados era maior de todas as organizações estrangeiras existentes na Bolívia.

Fonte: Prensa Latina