Chancelaria iraniana trata questão nuclear e tensões regionais

O Irã continua empenhado nas conversações sobre seu programa nuclear com o Grupo 5+1 (membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha). “Esperamos que o G5+1 aceite a proposta feita pelo Irã nas duas conversações de Almaty (Cazaquistão), e que ambas as partes continuem os diálogos com seriedade e sem perder tempo”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, nesta terça-feira (7), durante coletiva de imprensa.

Porta-voz chancelaria iraniana - PressTV

“O Tratado de Não Proliferação (TNP) é a melhor base para as conversações entre o Irã e o sexteto (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, que são membros do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha)”, agregou o porta-voz.

Mehmanparast afirmou que “o G5+1, com uma atitude lógica, deve caminhar em direção à materialização completa dos direitos legítimos da nação persa sobre o uso pacífico da energia nuclear e criar um ambiente que contribua para eliminar todas as possíveis preocupações da contraparte”.

Em alusão aos rumores publicados por alguns meios de comunicação, baseados na falsa afirmação de que os EUA haviam rechaçado as propostas do Irã na reunião de Almaty 2, em abril, Mehmanparast afirmou que não há qualquer prova para confirmar esta notícia.

O Irã e o sexteto concordaram em reunir-se no próximo 15 de maio, na cidade turca de Istambul, para dar seguimento à última rodada de diálogos que teve lugar em Almaty nos dias 5 e 6 de abril, de acordo com o porta-voz da chancelaria iraniana, que também anunciou que o país persa espera receber uma resposta do G5+1 sobre as suas propostas.

Tensões regionais

Sobre a Síria, Mehmanparast sublinhou que a profanação cometida por terroristas que atuam no país contra o sepulcro de Hujr ibn Adi, um dos companheiros do profeta do Islã, é resultado das discórdias semeadas pelo regime de Israel e mais uma prova da pegada deste regime no país árabe.

“Tais atos na Síria têm como objetivo criar discrepâncias entre as seitas islâmicas e deixam claro que na agenda dos grupos terroristas, apoiados desde o estrangeiro, incluem-se mais crimes”, ressaltou.

Mehmanparast mencionou como mais um exemplo os ataques aéreos israelenses contra a Síria, no fim da semana passada e outra vez no domingo (5), quando atingiu um centro de pesquisas militares próximo de Damasco, capital síria.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã voltou a enfatizar que a crise síria não se resolverá por vias militares.

“Desde o início da crise na Síria [em meados de março de 2011], o Irã mobilizou esforços para pôr fim à violência naquele país, mas alguns governos externos, assim como regionais, estão tentando atiçar as chamas da violência”, afirmou o oficial.

Referindo-se à manobra militar que os EUA realizam no Golfo Pérsico e às declarações baseadas na possibilidade de o exercício pressionar o governo persa, o porta-voz disse ainda que o golfo é uma zona muito importante, e que manter a paz e a estabilidade nesta região está entre as prioridades da República Islâmica.

“As forças defensivas do Irã vigilarão completamente qualquer movimento na região”, advertiu Mehmanparast, instando aos presentes no Golfo Pérsico a evitar atos provocativos.

Depois de referir-se à declaração do Ministério de Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos (EAU) sobre a visita da delegação parlamentar iraniana às três ilhas persas (Tonb Maior, Tonb Menor e Abu Musa), o porta-voz da chancelaria do Irã ressaltou que a viagem é um assunto interno, cuja responsabilidade e autoridade concernem apenas à República Islâmica. Os EAU reivindicam as ilhas como próprias.

Com HispanTV