Dilma: Empresas brasileiras facilitarão acordos com Venezuela

Em pronunciamento feito à imprensa na noite desta quinta-feira (9), no Palácio do Planalto em Brasília, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Brasil, Dilma Rousseff, anunciaram parcerias estratégicas entre as nações, principalmente nas áreas de produção de alimentos, energia elétrica, petróleo, agricultura, desenvolvimento social e militar.

Por Vanessa Silva, da Redação do Vermelho

Dilma e Maduro - AFP

Em seu pronunciamento, Dilma ressaltou que as empresas públicas brasileiras que atuam no país, como Caixa Econômica Federal, Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) e Embrapa serão as facilitadoras destes acordos de cooperação. E ressaltou que, “apesar da crise [econômica mundial], o comércio entre os países superou US$ 6 bilhões em 2012” e se comprometeu a analisar a possibilidade de importar mais produtos da nação caribenha.

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“No próximo semestre, o Mercosul viverá um momento histórico. Primeira vez um país ao norte do Brasil ocupará a presidência pró-tempore do bloco. Isso significa um novo momento que beneficiará o nordeste e norte do Brasil e o sul da Venezuela”, disse a mandatária, que também destacou a importância de fortalecer a integração cultural entre os países.

Sobre a integração latino-americana, Dilma reafirmou que a América Latina “é um continente de paz, sem armas nucleares e com capacidade de solucionar nossos próprios problemas. Nossos países estão mostrando que estamos caminhando para uma sociedade multipolar sem ingerências externas. O Brasil e a Venezuela têm um papel protagonista nesta região” e concluiu agradecendo o apoio que a Venezuela deu à candidatura do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Seguiremos neste caminho de unidade”

Em sua fala, Maduro fez uma pequena introdução para esclarecer o processo de auditoria das eleições realizadas no último dia 14 de abril, e mencionou a grande quantidade de consultas feitas à população do país que em 14 anos realizou 16 eleições.

O tema alimentar teve destaque no pronunciamento do presidente venezuelano: “pedimos apoio ao Brasil para o desenvolvimento de uma revolução agroalimentar na Venezuela. Queremos produzir todos os alimentos que consumimos e nos transformar em um exportador”. Lembrou também os problemas de abastecimento que vive o país.

O mandatário concluiu exaltando o processo de integração que vive o continente. Processo este iniciado pelos ex-presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Néstor Kirchner (Argentina) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil). “Temos muito apreço, carinho pelo Brasil. Estávamos de costas um para o outro. O Brasil para nós era samba, futebol e caipirinha. Chávez desfez todas as mentiras que se falava sobre o Brasil e hoje temos relações de irmandade verdadeira. Somos mais que companheiros, somos irmãos de uma causa e nos comprometemos aqui a seguir este caminho de unidade”.