Venezuela e Argentina firmam acordos para aprofundar Revolução

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e sua homóloga, Cristina Kirchner, assinaram 12 acordos de cooperação e alianças estratégicas nas áreas de energia, indústria, ciência, agropecuária, satélites, comunicação e cultura. Durante pronunciamento à imprensa feito em Buenos Aires, capital argentina, Maduro declarou que sua visita aos países do Mercosul tem como objetivo “ratificar um caminho, que é o caminho da pátria grande, nossa bandeira principal”.

Por Vanessa Silva, da Redação do Vermelho

Maduro e Cristina - AVN

O mandatário venezuelano esteve nesta terça (7) no Uruguai, onde firmou nove acordos de cooperação binacional em matéria de Saúde, Defesa, Turismo, Cultura, Soberania e Segurança Alimentar, Energética. Nesta quinta (9), Maduro desembarca no Brasil, onde será recebido pela presidenta Dilma Rousseff.

Em seu Twitter, Maduro ressaltou que as visitas têm como objetivo fortalecer o plano de desenvolvimento econômico conjunto “para produzir alimentos, seguir instalando fábricas e alcançar a complementação de nossas economias no marco do Mercosul. Trabalho pela felicidade de nossos povos, para conseguir prosperidade econômica, herança dos gigantes [Néstor] Kirchner e [Hugo] Chávez”.

Durante o pronunciamento conjunto à imprensa, realizado na tarde desta quarta-feira (8) no Salão Evita Perón na Casa Rosada, Cristina afirmou que os convênios firmados são importantes para “aprofundar a revolução. Temos uma necessidade de solucionar coisas sempre com um eixo fundamental: através de políticas ativas, de inclusão de milhões de compatriotas da América do Sul”.

Parcerias estratégicas com Argentina

Maduro ressaltou a importância da integração regional iniciada pelo venezuelano Hugo Chávez e o argentino Néstor Kirchner e destacou a parceria com a Argentina na área de telecomunicações para a implantação da TV Digital na Venezuela, que já está em fase inicial.

Prensa Casa Rosada

Cristina Kircher e Nicolás Maduro conversam durante a primeira visita do mandatário à Argentina

O foco principal das negociações é a questão agrícola. Os mandatários reforçaram que a expertise da Argentina no ramo será fundamental para a conquista da soberania alimentar do país caribenho. Maduro afirmou que a meta é conseguir uma reserva alimentar de produtos essenciais para três meses. “Nossa equipe trabalhará dia e noite para resolver estas questões. Sim, há problemas de abastecimento [de alimentos e produtos no país]. Isso está ligado a alguns fatores. Um deles é a sabotagem”, afirmou.

E lembrou que, com o petróleo, seu país perdeu em termos de produção agrícola: “Há 100 anos Venezuela sofreu mutações que nos amputaram os conhecimentos agrícolas. Por isso agora pedimos apoio superiores. Tanto [Elías] Jaua [ministro das Relações Exteriores] quanto o ministro da Agricultura [Yván Gil] estão encarregados de trabalhar neste plano. Convidamos os empresários argentinos para fazer empresas mistas, produzir na terra fértil e fazer uma revolução alimentar, que é parte da revolução na qual estamos empenhados”.

A necessária industrialização do país petroleiro foi outro tema abordado por Maduro. “Precisamos ampliar os convênios que já estão avançando para a industrialização da Venezuela, um desenvolvimento agro-industrial no llano [campo] venezuelano”.

Os mandatários lembraram, emocionados, da figura do presidente Hugo Chávez, que morreu em 5 de maio deste ano. “Vamos acelerar o plano traçado por Kirchner e Chávez. A felicidade de nossos povos é nosso objetivo”, concluiu Maduro.