Servidores da Saúde em SP completam 21 dias de greve

Os trabalhadores da rede estadual de Saúde, de São Paulo completam 21 dias de paralisação para reivindicar 32,2% de reajuste salarial, vale-refeição de R$ 26,22 e prêmio incentivo igual para todos, além de transparência no uso da verba Fundes. Na sexta-feira (24), às 10 horas, a categoria fará nova assembleia na Quadra dos Bancários, no Centro da capital paulista.

Nesta semana mais dois hospitais aderiram à greve: Hospital Nestor Goulart Reis, em Américo Brasiliense (região de Araraquara) e Hospital São Mateus (região leste da Capital).

Durante ato público em frente ao estádio do Morumbi, na sexta (17), representantes do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de S. Paulo (SindSaúde-SP) foram recebidos no Palácio dos Bandeirantes, pela representante do governo, Rosmary Correra, subsecretária de Assuntos Parlamentares. Depois de ouvir os trabalhadores disse que, a pedido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), faria um relatório para ser entregue ao governador e aos secretários da Saúde e de Gestão Pública, para uma provável negociação.

Na semana passada, em um evento no Centro de Convenções Rebouças, os trabalhadores entregaram ao governador a pauta de reivindicações com um pedido de abertura de negociação. Também se reuniram com o Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa para buscar o apoio dos parlamentares à greve da saúde.

Na quarta-feira (15), o presidente e o secretário geral do Sindicato dos Médicos de São Paulo declararam apoio da entidade com o compromisso de buscar o envolvimento dos médicos públicos estaduais na greve.

O SindSaúde-SP intensificou a mobilização para aumentar a pressão pela abertura de negociação e apresentação de uma proposta por parte do governo. Nas diversas regiões do estado, os trabalhadores em greve estão buscando o apoio nas Câmaras Municipais, nos Conselhos de Saúde e junto a entidades e movimentos da saúde.

Próxima assembleia

Os servidores têm nova assembleia na sexta, às 10 horas, na Quadra dos Bancários (rua Tabatinguera, 192, Centro, próxima ao Metrô Sé). Na assembleia passada a categoria reuniu cerca de dois mil servidores.

Abaixo, uma carta publicada pelos trabalhadores à população:

Greve da Saúde: descaso do governo Alckmin

Nós, trabalhadores públicos da Saúde no estado de São Paulo, estamos em greve desde 1º de maio porque o governo Alckmin não respeita nossa data-base nem aumenta nossos salários.
O SindSaúde-SP está tentando negociar nossas reivindicações. Desde janeiro já se reuniu diversas vezes com representantes das secretarias estaduais da Saúde e da Gestão Pública. Nenhuma contraproposta foi apresentada. Apesar da propaganda sobre as maravilhas da saúde no estado, você conhece a realidade: espera meses por uma consulta com especialista ou um exame ou a continuidade do tratamento. É comum ir à farmácia do hospital e não ter o
medicamento receitado pelo médico. A Secretaria de Estado da Saúde diz que são poucas unidades afetadas pela greve, ignorando também você, usuário da saúde. Isso é um descaso com os trabalhadores e os usuários da saúde. Por isso pedimos seu apoio a nossa greve.
Lutamos por salário digno e condições de trabalho para poder prestar um atendimento de qualidade a você.

Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo