Parlasul: João Ananias quer debater mortalidade materna

O deputado federal João Ananias (PCdoB-CE), que assumiu este mês cadeira na representação brasileira do Parlamento do Mercosul (Parlasul),como representante da Bancada do PCdoB, adiantou que tem como meta apresentar proposta para discutir a questão da mortalidade materna nos países da região, como forma de unificar ações e estabelecer parcerias importantes para reduzir a mortalidade materna e infantil.

Ele quer ampliar debate sobre mortalidade materna no Parlasul. Segundo Ananias, é inconcebível que os países da região não atinjam os objetivos de desenvolvimento do milênio, particularmente nos itens de mortalidade infantil e de mortalidade materna, que é o de reduzi-las em três quartos até 2015.

“No Brasil, estamos conseguindo atingir a meta, mais em ritmo lento ainda. Em duas décadas, ela caiu 51%, mas muitas nações do Mercosul e os demais da América Latina e do Caribe ainda estão muito aquém”, observou, lembrando que essa questão está intimamente ligada aos direitos humanos.

Ananias, que é médico e tem se dedicado ao tema, inclusive presidindo a Subcomissão Especial destinada a tratar do Fortalecimento da Informação e Prestação de Contas sobre a Saúde das mulheres e das crianças, vinculada à Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), afirmou que 95% dos óbitos são por causas evitáveis.

Ele adiantou que essa é uma preocupação organismos internacionais de saúde, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Panamericana de Saúde (Opas), que realizaram encontro para discutir o tema, em outubro de 2012, na Guatemala. Ananias representou o legislativo brasileiro e lá estavam outros cinco países – México, Haiti, Guatemala, Bolívia e Peru – cujos índices de mortalidade ainda são considerados altos.

O Brasil, informa Ananias, que em 2010 apresentava 67,5 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos, tem reduzido substancialmente os índices de mortalidade materna nos últimos dez anos. De 140 para 67,5 em 2010. A seu ver, pela sua importância no continente, o Brasil deve assumir o protagonismo nessa área. Segundo estudos da OMS/Opas, no continente, Bolívia e Peru são os que detêm o maior índice, bem acima da média de 69,4 da América Latina e Caribe.

Objetivos

Em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU), ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu oito Objetivos do Milênio – ODM, que devem ser atingidos por todos os países-membros até 2015. As oito metas são: erradicar a pobreza extrema e a fome; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Pelos objetivos do milênio, é preciso reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade materna em todo o mundo. Como parte dos procedimentos e atenção sobre a mortalidade materna, João Ananias fará palestra na 3ª Conferência Mundial Women Deliver, em Kuala Lumpur, na Malásia, 28 a 30 deste mês.

Fonte: Assessoria da Liderança do PCdoB