Síria e Hezbolá agem em defesa contra extremistas e mercenários

O embaixador iraniano no Líbano Qazanfar Roknabadi deu declarações nesta sexta-feira (31) em Beirute, capital libanesa, à emissora da Arábia Saudita Al-Arabiya, tratando da crise na vizinha Síria. Além disso, falou do importante papel do Irã para a unidade islâmica, abordando a instrumentalização deste tema por grupos rebeldes armados que espalham a violência.

Embaixador do Irã no Líbano - HispanTV

“A crise na Síria não tem relação alguma com xiitas ou sunitas, mas neste país, um grupo seguidor dos pensamentos takfiris se apresentou a um povo de diferentes etnias de sunitas, xiitas, cristãos e outros, e dedicam-se a massacrar e a cometer atos desumanos”, afirmou o embaixador iraniano no Líbano.

Takfiris são grupos de extremistas islâmicos que defendem como legítima a violência cometida para alcançar objetivos religiosos ou políticos, e são derivados dos salafistas, linha do sunismo que prega a universalidade do Islã, dividindo-se entre extremistas (como o próprio Al-Qaeda) e intelectuais islâmicos moderados que condenam e proíbem, quando têm poder para tanto, atos violentos como os ataques suicidas.

O representante iraniano, ao ser perguntado sobre a presença na Síria do movimento de resistência islâmica libanês Hezbolá (partido que forma parte do governo), respondeu que “nos últimos anos, segundo declarações dos próprios países ocidentais e de informes internacionais, forças do grupo Al-Qaeda procedentes de 13 países europeus estiveram presentes na Síria para ajudar os grupos terroristas”.

Roknabadi explicou que essas forças cometeram todo o tipo de crimes desumanos, mas que até o momento, ninguém criticou a sua presença no país, e ainda pior, alguns países as apoiam com envios financeiros e militares.

Em alusão à iniciativa iraniana para solucionar a crise síria mediante a via política, o diplomata persa disse que, como primeiro passo, é necessário o cessar da violência, algo possível quando se deixe de financiar e subministrar equipamentos militares aos grupos armados desde o exterior.

Recentemente, a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, pediu a saída imediata dos combatentes do Hezbolá da Síria, mas não fez qualquer menção aos grupos armados presentes no país árabe, responsáveis pela crise violenta, enquanto o Hezbollah afirma proteger as fronteiras entre os dois países e os cidadãos libaneses que vivem na região.

Enquanto as forças armadas do governo do presidente Bashar Al-Assad conseguem vitórias em uma guerra de desgaste que começou em março de 2011, alguns países ocidentais e outros regionais, que apoiam os grupos armados declaradamente, tentam impedir o avanço das tropas sírias legítimas com o envio de mais armas e outros recursos.

Com informações de HispanTV
da redação do Vermelho