Em nota, estudantes da FTC relatam ação da PM durante protesto

Os estudantes da Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) – Unidade Salvador, que paralisaram a Avenida Paralela, uma das principais vias da capital baiana, na manhã da última segunda-feira (4/6), usaram as redes sociais da internet para explicar os objetivos do movimento e comentar a ação da polícia, que usou tiros de borracha e bombas de gás de pimenta para dispersar o grupo.

No comunicado, os acadêmicos afirmaram que o protesto foi contra o atraso de pagamentos dos professores e a suspensão de convênios dos hospitais que servem de internato para os alunos de Medicina. Segundo eles, manifestações internas já tinham sido feitas, mas sem nenhum resultado.

“Esses minutos de lentidão no trânsito representam a salvação de muitas vidas que contarão com a nossa capacidade profissional. A redução do fluxo de veículos na Av. Luis Viana Filho não foi uma medida irracional. Após tentativas frustradas de resolver a situação internamente, nos vimos coagidos a chamar a atenção da presidência da faculdade para que nossas questões fossem solucionadas”, diz a nota.

Durante o protesto, eles foram surpreendidos com os policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar, que, ainda segundo o texto, disparou, sem avisar, sete bombas de gás de pimenta e disparou balas de borrachas. Os estudantes tentaram se refugiar em uma passarela próxima, mas os policiais cercaram o local, deixando pessoas feridas.

“Os mesmo foram direcionados, inclusive, para a passarela que era a nossa única rota de fuga. Como resultado desta absurda ação, tivemos alunos pisoteados, lesionados pelas balas, desmaiados, sendo contados no mínimo 6 feridos. O cenário era de guerra”, continua a nota.

Os manifestantes lamentaram os transtornos causados à cidade, com a paralisação do trânsito, mas avaliou como necessário o movimento. “Apesar dos danos causados, que sabemos, irreparáveis, conseguimos conversar com a presidência da faculdade, antes inacessível”, conclui.

De Salvador,
Erikson Walla