Venezuela e EUA buscam melhorar relações bilaterais
“Temos fé e confiança de que esta reunião marque o início de uma boa relação de respeito entre o governo do presidente (da Venezuela) Nicolás Maduro e o governo do presidente (estadunidense) Barack Obama”. A declaração foi proferida pelo chanceler da Venezuela, Elias Jaua, após o encontro que manteve, por 40 minutos, nesta quarta-feira (6) com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, paralelamente à Assembleia Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), na Guatemala.
Publicado 06/06/2013 15:09
"Senti que foi um encontro muito, muito positivo", declarou Kerry, em uma entrevista coletiva realizada depois do encontro. "Acertamos que haverá um diálogo contínuo para tentar estabelecer uma agenda, começar a mudar o diálogo entre os nossos dois países e mostrar para a América Latina que os Estados Unidos e a Venezuela estão resolvendo suas diferenças", completou Kerry.
Leia também:
OEA: discussão sobre nova política antidroga na AL é adiada
Jaua acrescentou que a melhoria das relações “é conveniente para ambos os países, é a garantia da paz e estabilidade para nossos povos". E, em entrevista à TeleSUR, ressaltou que o governo de Barack Obama também expressou querer “ter boas relações com o governo bolivariano”.
Os diplomatas definiram “uma agenda propositiva”, que começará com a instalação de uma comissão de alto Nível entre as nações para discutir um conjunto de temas que apontam para a solução definitiva das relações.
O primeiro passo é acelerar a nomeação de embaixadores — os dois países estão sem representantes oficiais desde 2010. A reunião aconteceu no mesmo dia em que a Venezuela soltou o americano Timothy Hallet Tracy, detido em Caracas em abril sob a acusação de espionagem e de treinar estudantes venezuelanos para desestabilizar o governo.
Respeito mútuo
De acordo com o chanceler, a Venezuela busca com os Estados Unidos relações “baseadas nas premissas do respeito mútuo, a não ingerência nos assuntos internos e o tratamento adequado dos desacordos”.
O secretário estadunidense recebeu de Jaua um dossiê sobre a atuação da direita venezuelana que, após as eleições de 14 de abril, deixou como saldo 11 pessoas mortas. “Alertamos Kerry da atuação de grupos antidemocráticos na Venezuela, que ameaçam a democracia venezuelana, a estabilidade e que muitas vezes podem estar sendo estimuladas por setores políticos e econômicos de outros países”.
O congelamento dos laços entre os países se deu em 2010, depois que a Venezuela recusou a nomeação de Larry Palmer como embaixador dos EUA em Caracas. Na época, Chávez negou a indicação após Palmer afirmar que as Forças Armadas venezuelas estavam com o "moral baixo" e que guerrilhas colombianas poderiam estar se abrigando no país. Em retaliação, Barack Obama suspendeu o visto do embaixador da Venezuela.
Da Redação do Vermelho,
com agências internacionais