Venezuela e EUA buscam melhorar relações bilaterais

“Temos fé e confiança de que esta reunião marque o início de uma boa relação de respeito entre o governo do presidente (da Venezuela) Nicolás Maduro e o governo do presidente (estadunidense) Barack Obama”. A declaração foi proferida pelo chanceler da Venezuela, Elias Jaua, após o encontro que manteve, por 40 minutos, nesta quarta-feira (6) com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, paralelamente à Assembleia Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), na Guatemala.

Jaua e Kerry - El Universal

"Senti que foi um encontro muito, muito positivo", declarou Kerry, em uma entrevista coletiva realizada depois do encontro. "Acertamos que haverá um diálogo contínuo para tentar estabelecer uma agenda, começar a mudar o diálogo entre os nossos dois países e mostrar para a América Latina que os Estados Unidos e a Venezuela estão resolvendo suas diferenças", completou Kerry.

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Jaua acrescentou que a melhoria das relações “é conveniente para ambos os países, é a garantia da paz e estabilidade para nossos povos". E, em entrevista à TeleSUR, ressaltou que o governo de Barack Obama também expressou querer “ter boas relações com o governo bolivariano”.

Os diplomatas definiram “uma agenda propositiva”, que começará com a instalação de uma comissão de alto Nível entre as nações para discutir um conjunto de temas que apontam para a solução definitiva das relações.

O primeiro passo é acelerar a nomeação de embaixadores — os dois países estão sem representantes oficiais desde 2010. A reunião aconteceu no mesmo dia em que a Venezuela soltou o americano Timothy Hallet Tracy, detido em Caracas em abril sob a acusação de espionagem e de treinar estudantes venezuelanos para desestabilizar o governo.

Respeito mútuo

De acordo com o chanceler, a Venezuela busca com os Estados Unidos relações “baseadas nas premissas do respeito mútuo, a não ingerência nos assuntos internos e o tratamento adequado dos desacordos”.

O secretário estadunidense recebeu de Jaua um dossiê sobre a atuação da direita venezuelana que, após as eleições de 14 de abril, deixou como saldo 11 pessoas mortas. “Alertamos Kerry da atuação de grupos antidemocráticos na Venezuela, que ameaçam a democracia venezuelana, a estabilidade e que muitas vezes podem estar sendo estimuladas por setores políticos e econômicos de outros países”.

O congelamento dos laços entre os países se deu em 2010, depois que a Venezuela recusou a nomeação de Larry Palmer como embaixador dos EUA em Caracas. Na época, Chávez negou a indicação após Palmer afirmar que as Forças Armadas venezuelas estavam com o "moral baixo" e que guerrilhas colombianas poderiam estar se abrigando no país. Em retaliação, Barack Obama suspendeu o visto do embaixador da Venezuela.

Da Redação do Vermelho,
com agências internacionais