Copa das Confederações: A rica história de um jovem torneio

A Copa das Confederações da FIFA existe há apenas 21 anos, mas o torneio já tem um passado recheado de grandes acontecimentos.

Kaká, Robinho e Ronaldinho Gaúcho

Esta edição, como em outras ocasiões, é disputada no país sede do Mundial de Seleções de 2014, o Brasil, que é o maior vencedor das duas competições, com 5 títulos no Mundial e 3 na Copa das Confederações.

Fundada em 1914 e afiliada à FIFA desde 1923, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresenta uma impressionante lista de títulos, além dos citados: oito Copas América, quatro Copas do Mundo Sub-20 da FIFA, três Copas do Mundo Sub-17 da FIFA, quatro Copas do Mundo de Futsal da FIFA, três Copas do Mundo de Beach Soccer da FIFA e diversas conquistas continentais. Poucas confederações deixaram uma marca como essa no futebol internacional.

Na verdade, a única nota triste do país que revelou Pelé aconteceu na final da Copa do Mundo da FIFA 1950, realizada no próprio Brasil. Com o testemunho de 174 mil torcedores em choque e espremidos no então novíssimo Maracanã, a Seleção deixou escapar a quarta edição da Copa Jules Rimet ao ser derrotada por 2 a 1 pelo Uruguai.

Conheça abaixo um pequeno histórico das edições anteriores do campeonato.


Arábia Saudita 1992: Al Bishi faz história

A primeira edição do torneio se chamou Copa Rei Fahd e contou com apenas quatro seleções: Argentina, EUA, Costa do Marfim e a anfitriã Arábia Saudita. Curiosamente, o primeiro gol não foi marcado por um jogador de uma grande nação futebolística. Quem anotou o primeiro tento do torneio foi o saudita Fahad Al Bishi, que abriu o placar em cobrança de pênalti na partida de estreia contra os EUA, que terminou em 3 a 0. Na final, entretanto, os donos da casa foram derrotados por 3 a 1 pela seleção argentina.

Arábia Saudita 1995: O retorno da Dinamáquina

Não é comum que a seleção dinamarquesa esteja entre as favoritas ao título de um grande torneio internacional, mas é indiscutível que naquele momento ela estava jogando um futebol de extrema qualidade. O país havia surpreendido três anos antes ao triunfar na Eurocopa 1992, superando a Alemanha. A conquista lhe deu o direito de disputar a Copa das Confederações em 1995, que os dinamarqueses também acabaram vencendo. Com jogadores do calibre dos irmãos Michael e Brian Laudrup, que contavam com o apoio de Björn Kristensen, Mark Strudal e Peter Rasmussen, a geração de ouro do selecionado escandinavo prevaleceu contra todos os seus concorrentes no calor de Riad. Na final contra a Argentina, o título veio depois de gols do craque Michael Laudrup (de pênalti) e Rasmussen.

Arábia Saudita 1997: Chuva de gols da dupla "Ro-Ro"

A final da terceira edição da Copa das Confederações da FIFA, entre Brasil e Austrália, foi uma mera formalidade para a Seleção, mas a incrível goleada por 6 a 0 acabou sendo uma grande surpresa mesmo para uma equipe amplamente favorita. Afinal, na primeira fase, os dois países haviam empatado em 0 a 0, o que chegou a trazer certa tensão para a final. Com a bola rolando, porém, o show foi da dupla de ataque formada por Romário e Ronaldo, que brilhou com três gols cada. "Sempre tivemos um clima de harmonia, principalmente dentro de campo", afirmou Romário mais tarde ao FIFA.com.

México 1999: Título histórico

O Estádio Azteca é uma das arenas mais famosas do futebol mundial, palco de incontáveis grandes momentos do esporte mais popular do planeta, desde a conquista do tricampeonato mundial do Brasil em 1970 até a atuação inacreditável de Diego Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo da FIFA 1986. Em 1999, mais um momento brilhante aconteceu no local, com o México vencendo o seu primeiro título em um torneio internacional. Cerca de 110 mil torcedores impulsionaram a equipe na emocionante vitória por 4 a 3 dos mexicanos contra o Brasil.

Japão/Coreia do Sul 2001: Revanche mal-sucedida

No início do século, a França tinha o mesmo status que a Espanha tem hoje: era a mais recente campeã mundial e europeia e parecia, para muitos, imbatível em campo. O país havia conquistado a Copa do Mundo da FIFA 1998 e a Eurocopa 2000. Em 2001, ainda levou a Copa das Confederações da FIFA. Para chegar lá, o selecionado francês precisou enfrentar o Brasil em uma reedição da final de 1998. E assim como havia acontecido três anos antes em Paris, os europeus também levaram a melhor em Suwon, vencendo por 2 a 1 mesmo sem vários importantes nomes da campanha do título mundial, como Fabien Barthez e Zinédine Zidane.

França 2003: Campeão mundial eliminado na primeira fase

A maior surpresa do torneio foi sem dúvida a Turquia. Como muitos dos astros da seleção turca desfalcaram a equipe por lesões ou outros motivos, o treinador Senol Gunes escalou vários jovens jogadores para o torneio. Com o apoio de uma torcida colorida e barulhenta, os turcos mostraram um futebol de primeira classe ao longo da competição. Após uma vitória (contra os EUA) e uma derrota (contra Camarões), era a hora de enfrentar o Brasil em uma revanche pelas duas derrotas na Copa do Mundo da FIFA 2002. A seleção turca conseguiu empatar em 2 a 2 com a seleção brasileira, que foi eliminada do torneio com o resultado.

França 2003: Uma tragédia une a família do futebol

Seria difícil chegar a uma conclusão unânime sobre qual o momento mais belo da história da Copa das Confederações da FIFA, mas não existe discussão sobre qual foi o ponto mais triste do torneio. No dia 26 de junho de 2003, o camaronês Marc-Vivien Foe faleceu em campo durante a semifinal entre Camarões e Colômbia após ter um ataque cardíaco, abalando a família do futebol e deixando o torneio em segundo plano. O acontecimento trágico também produziu gestos de solidariedade do país anfitrião, que depois acabou ficando com o título. Muitos dos jogadores franceses, que disputaram a outra semifinal poucas horas depois da tragédia em Lyon, conheciam pessoalmente Foe, que atuava no futebol francês. Após o primeiro gol da vitória por 3 a 2 contra a Turquia, marcado por Thierry Henry, todos os jogadores da França homenagearam o colega que acabara de falecer apontando para o céu. Depois da vitória pouco comemorada por 1 a 0 na final, o capitão francês Marcel Desailly insistiu que o capitão de Camarões, Rigobert Song, deveria estar presente na entrega do troféu. Em mais uma homenagem, as equipes se reuniram diante de um grande pôster de Foe.

Alemanha 2005: Show brasileiro a um ano do Mundial

A final da Copa das Confederações da FIFA 2005 foi um belo momento de um grande torneio que preparou terreno para a incrível Copa do Mundo da FIFA realizada no ano seguinte. Com uma goleada por 4 a 1 contra a arquirrival Argentina, o Brasil confirmou mais uma vez a sua enorme qualidade. Mas a partida, que terminou com a vitória mais elástica dos últimos 37 anos do Brasil contra a Argentina, quase precisou ser adiada. Chovia muito no dia da decisão, e a cobertura do estádio rasgou, fazendo com que uma grande torrente de água despencasse em parte do campo e das arquibancadas. Talvez se os torcedores não estivessem tão entusiasmados, eles poderiam ter desistido de acompanhar o espetáculo, mas não foi o que aconteceu. A partida teve sequência, e os torcedores permaneceram no estádio até muito depois do apito final para verem os brasileiros levantando a taça.

África do Sul 2009: Um ponto para a eternidade

A Nova Zelândia foi eliminada logo após a fase de grupos, mas alcançou um feito histórico. No empate por 0 a 0 contra o Iraque, o país da Oceania finalmente conquistou o seu primeiro ponto após 12 partidas em torneios oficiais da FIFA.

África do Sul 2009: Vitória de virada do Brasil

Não havia dúvidas sobre quem era o favorito antes da decisão em Johanesburgo. De um lado, a forte seleção brasileira, bicampeã do torneio, comandada por Kaká no auge da carreira. Do outro, a pouco tradicional seleção americana. A surpresa não poderia ter sido maior quando os EUA abriram uma vantagem de 2 a 0 após o primeiro tempo. No entanto, os brasileiros voltaram em um ritmo totalmente diferente do vestiário e acabaram com uma desagradável estatística que reinava até então. Sob a batuta do técnico Dunga, o Brasil havia começado perdendo por 2 a 0 em quatro oportunidades e em todas tinha sido derrotado. Mas na África do Sul 2009 a situação foi diferente, e o selecionado canarinho venceu por 3 a 2 e conquistou seu terceiro título na competição.

Com agências e Fifa.com