Peru tem nova jornada de protestos sindicais  

Uma nova marcha de trabalhadores do setor estatal se realiza nesta quinta (13) no Peru, em meio a um clima de crescente insatisfação sindical e de incremento de conflitos sociais.

O secretário-geral da Confederação Intersetorial de Trabalhadores Estatais (CITE), Winston Huamán, disse que a mobilização se propõe chegar até o Congresso da República para exigir atenção às suas demandas.

A CITE e outros dois sindicatos do setor estatal exigem o arquivamento de um projeto de lei governamental do Serviço Civil oficialmente apresentado como ferramenta de qualificação e melhoria do rendimento do trabalho.

As citadas organizações rechaçam o projeto de lei por considerar que dará lugar a demissões em massa e exigem uma lei que parta do princípio de melhorar seus salários congelados há mais de 15 anos e do reconhecimento dos direitos trabalhistas.

Outros protestos aconteceram na quarta-feira (12), com uma greve de professores e funcionários das universidades estatais, com marchas em Lima e outras cidades, contra um projeto de nova lei universitária.

Os trabalhadores desses centros acadêmicos e os estudantes rechaçam o projeto por considerar que viola a autonomia universitária e evita o reconhecimento de melhorias salariais.
Também na quarta-feira, houve uma greve de produtores de café, agrupados em cooperativas, com bloqueios de estradas na selva central adjacente aos Andes, exigindo apoio financeiro e técnico para fazer frente às consequências de una praga que afetou as plantações.

Os agricultores assinaram um acordo para o atendimento de suas reivindicações com o Ministério da Agricultura.

Enquanto isso, a Defensoria do Povo informou que em maio passado ocorreram 225 conflitos sociais.

O mais importante desses conflitos, referente ao rechaço do projeto de mineração de ouro Conga, na região de Cajamarca, tende a recrudescer com o anúncio para a próxima segunda-feira (17) de uma marcha à lagoa Perol, onde a empresa, de capital majoritariamente norte-americano, planeja iniciar obras hídricas.

A maioria da população, segundo pesquisas, se opõe ao projeto por temor a que se deteriore a água e o ambiente, pelo que a empresa, por disposição do governo, constrói reservatórios para garantir o abastecimento que compense o uso das águas de lagoas andinas.

Nesse contexto, o secretário-geral da CGTP, Mario Huamán, afirmou que o presidente Ollanta Humala e os dirigentes das organizações empresariais, em sua reunião de 4 de junho último, acordaram eliminar os direitos trabalhistas de milhares de trabalhadores, razão pela qual o dirigente anunciou mobilizações de protesto.

Prensa Latina