UEE-SP diz que 50 mil ocuparão São Paulo contra abuso policial

“A UEE-SP tem em seu DNA a força das lutas do movimento estudantil. Essa gestão dará continuidade a esse processo”, declarou em entrevista à Rádio Vermelho, a estudante de Economia da Universidade Paulista (Unip) Carina Vitral, eleita neste domingo (16), presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP).

Joanne Mota, do Rádio Vermelho em São Paulo

Em votação realizada durante o 11º Congresso da UEE-SP, na cidade de Ibiúna (SP), a candidata pelo Movimento Bloco na Rua foi eleita com 70,2% dos votos, por universitários que representaram mais de 80% das universidades de todo o Estado.

Lutas em curso

Durante a entrevista, a nova líder estudantil pontuou que além de bandeiras como a luta pelos 10% do PIB (Produto Interno Bruto), 100% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do Pré-Sal para a educação, está o combate contra a privatização do setor. Situação, que segundo Carina, se dá de forma violenta em São Paulo.


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“Essa gestão continuará com suas bandeiras e intensificará a luta contra o processo de privatização do ensino superior em curso no estado de São Paulo. Nosso estado está indo na contramão de outros estados no país. Esse processo precariza o serviço, seja nos níveis de qualidade, seja as estrutura colocada para os trabalhadores. A UEE-SP engrossará o coro nesta luta”, destacou a presidenta.

Carina informou que a regulamentação do ensino superior privado será umas das primeiras medidas colocadas nesta nova gestão. “É urgente iniciamos um processo de cobrança para que haja a regulamentação deste setor. E citou o caso do grupo Kroton e Anhanguera, que juntos dominarão um milhão de matrículas do ensino superior. “Só esse número ultrapassa o total de matrículas nas universidades públicas em todo o país”, denuncia a líder estudantil.

Cotas em São Paulo

Carina também falou sobre a luta pelas cotas em universidades públicas. Segundo ela, a proposta do governo do Estado de São Paulo, denominado PIMESP (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista), “é um projeto conservador e que não corresponde às lutas do movimento estudantil”.

De acordo com a presidenta da UEE-SP a proposta não inclui os estudantes. “Nossa luta continua a juventude está convocada para a luta. Juntos, derrotaremos o conservadorismo do Palácio dos Bandeirantes”, informou a dirigente.

Jornada de Lutas

Sobre a Jornada de Lutas que está prevista para agosto próximo, Carina destacou que como no primeiro semestre de 2013, a juventude voltará a ocupar São Paulo. Ela destacou que a entidade convocará todos os movimentos sociais a se somar as lutas.

“Lutas como a Reforma Política, da Mídia e do Judiciário; a luta pelos 10% do PIB (Produto Interno Bruto), 100% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do Pré-Sal para a educação; a revisão da Lei de Anistia; serão bandeiras que a juventude levantará em Agosto”, informou a presidenta da UEE-SP.

5ª manifestação contra o aumento das tarifas

Ao final do 11º Congresso da UEE-SP, a nova gestão em conjunto com mais de mil estudantes presentes ao congresso, aprovou “Carta de Ibiúna”, na qual convoca todos os estudantes para 5ª manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público.

De acordo com a convocatória, mais de 50 mil estudantes universitários paulistas deverão ir às ruas nesta segunda-feira (17) para participarem da 5ª manifestação. A concentração está marcada para as 17h no Largo do Batata, zona oeste de São Paulo. “É preciso garantir o acesso universal ao transporte. Vamos às ruas para lutar contra a cultura da violência praticada pela polícia do Alckmin”, reafirmou a dirigente estudantil.