Ídolo Árabe vira embaixador da juventude de refugiados palestinos

O comissário-geral da Agência da ONU de Assistência e Trabalhos para refugiados palestinos (UNRWA) Filippo Gradi nomeou o vencedor do concurso musical “Arab Idol” (Ídolo Árabe) Mohammad Assaf como o “Embaixador Regional da Juventude para os Refugiados Palestinos”, representação para a qual recebeu um certificado nesta quarta-feira (26), na Faixa de Gaza, durante a visita do ídolo ao território palestino.

Arab Idol - Khader Al-Zanoun

A UNRWA presta assistência aos refugiados palestinos tanto nos territórios ocupados por Israel quanto nos países vizinhos, como o Líbano, a Síria e a Jordânia, e mais de 40% dos 5,3 milhões de refugiados registrados pela agência são jovens entre 15 e 30 anos.

Assaf, de 23 anos de idade, nasceu na Líbia, filho de refugiados palestinos, e foi criado no campo de refugiados de Khan Younis, na Faixa de Gaza. Ele tornou-se famoso no Oriente Médio ao participar e vencer o concurso musical Arab Idol, e assim virou um ídolo para os palestinos, como ficou patente pela recepção que recebeu ao chegar a Gaza, nesta terça (25).

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“Todos os palestinos compartilham do sucesso dele. A música de Mohammad é uma língua universal e fala por todos nós. Que fantástico ter sido um refugiado palestino de Gaza a aproximar-nos desta forma”, disse Gradi.

Ressaltando a vulnerabilidade da juventude em condição de “refugiada”, a UNRWA mantém mais de 700 escolas, com 500.000 alunos, apesar de as condições dessas estruturas e do seu funcionamento serem mais complicados nos territórios ocupados ou bloqueados por Israel, como são a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

De acordo com a página da agência, o apoio financeiro à UNRWA não tem sido suficiente para a demanda crescente por serviços, causada pelo aumento no número de refugiados e das necessidades, além da pobreza aprofundada pela ocupação e o bloqueio israelense.

Como resultado, o Fundo Geral da agência, que apoia as atividades centrais da UNRWA e é formado em 97% por contribuições voluntárias, e por isso está sujeito a grande déficit, que atualmente está em 65 milhões de dólares.

Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho