Síria: Conferência deve ter participação regional sem ingerência

O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, pediu a participação do Irã e da Arábia Saudita na Conferência Internacional Genebra 2, sobre a situação na Síria. O premiê deu declarações nesta terça-feira (2), na Rússia, onde participou da segunda cimeira do Fórum de Países Exportadores de Gás (FPEG). Al-Maliki também lamentou que a conferência ainda não tenha sido realizada devido às divergências sobre a composição e os participantes da reunião.

Primeiro-ministro do Iraque Nuri al-Maliki. - HispanTV

O premiê iraquiano tem advertido, assim como outros países da região (principalmente o Líbano), sobre as consequências da continuação do conflito na Síria, afirmando que se a comunidade internacional não adotar medidas sérias para resolvê-lo, esses distúrbios podem estender-se a nível regional e até mundial.

Da mesma forma, reafirmou a necessidade de cooperação internacional, sobretudo dos países influentes na região, para encontrar uma solução política para o caso sírio, através do diálogo e sem qualquer ingerência estrangeira.

No começo de maio, a Rússia e os Estados Unidos concordaram em impulsionar a iniciativa para a celebração da Conferência Internacional Genebra 2, sobre a Síria, em continuação à que se celebrou em junho de 2012.

O secretário de Estado dos EUA John Kerry reiterou que a conferência deveria ser celebrada antes de se buscar outras formas de por fim à crise que pressiona o país árabe há mais de dois anos, embora os Estados Unidos também afirmem o apoio aos grupos armados que atuam no país, inclusive bélico, assim como a União Europeia.

As declarações de Kerry foram emitidas logo após a sua reunião com o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, durante uma cimeira de segurança asiática celebrada em Brunei. Kerry assegurou que Washington e Moscou estão comprometidos com a reunião, ainda que reconhecesse não haver possibilidade de realizá-la até agosto.

Ainda assim, a Rússia acusa os Estados Unidos de violar o acordo ao reconhecer os grupos armados, que são em grande parte apoiados e financiados desde o exterior, com participação em atos terroristas.

Neste sentido, a Coalizão Nacional para as Forças da Oposição Síria (CNFROS) assegurou que não participará da conferência internacional até que o presidente Bashar Al-Assad abandone o governo, enquanto Damasco afirma a sua disposição a participar, sem qualquer pré-condição, com o fim de buscar uma solução ao conflito, mantendo o governo constitucional soberano da Síria, que tem grande apoio popular.

Com agências,
Da redação do Vermelho