"AL deixou de ser quintal dos EUA", diz chanceler do Equador 

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, afirmou que a "América Latina deixou de ser o quintal dos Estados Unidos como no tempo das ditaduras", em entrevista ao canal Russia Today. "Já é hora de respeitar os países e de [deixar] de considerar uns de primeira categoria, e outros de segunda", declarou Patiño.

Ricardo Patiño

"Esses 'pátios traseiros' parece que agora tomaram outros rumos", comentou o chefe da diplomacia equatoriana, que assegurou que seu país e a América Latina vivem um nível de soberania e independência cada vez maior.

Ao se referir aos casos do ex-analista da NSA (Agência Nacional de Segurança), Edward Snowden, e do fundador do Wikileaks, Julian Assange, Patiño considerou que existe um interesse real na região de proteger as pessoas e os direitos humanos.

O Equador, apontou, "continua considerando a possibilidade" de outorgar asilo ao também ex-funcionário da CIA (Agência Central de Inteligência), que denunciou parte da estrutura de espionagem mundial da inteligência norte-americana, através da Internet e outros meios. Quito espera que muitos outros países "entendam o que aconteceu. Entendendo a revelação que o senhor Snowden fez, considerem também a possibilidade de conceder asilo", sublinhou.

"Depois do que aconteceu com o presidente boliviano, Evo Morales, não há nenhuma dúvida de que o senhor Snowden é um perseguido político no âmbito mundial", opinou Patiño. O chanceler comentou a violação do direito internacional cometida por Portugal, Espanha, França e Itália ao proibir que o mandatário boliviano sobrevoasse ou aterrizasse nessas nações, o que o obrigou a aterrizar de maneira forçada na Áustria.

A imprensa russa explicou as convenções e tratados internacionais violados no caso de Evo Morales, inclusive a imunidade dos chefes de Estado e o fato de inspeções serem proibidas no caso de meios de transporte de servidores públicos desse nível, entre outros.

Fonte: Opera Mundi