Venezuela vive ofensiva contra a corrupção

A Venezuela encontra-se atualmente imersa em uma ofensiva contra o flagelo da corrupção, que avança tanto em instituições governamentais como por meio de pesquisas em torno de vários dirigentes políticos da oposição.

Em entrevista ao canal público Venezuelana de Televisão (VTV) o deputado José Javier Morales, vice-presidente da Comissão de Política do Interior da Assembleia Nacional, citou um questionário segundo o qual 80% dos consultados apoia esta cruzada empreendida pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Morales referia-se em específico ao caso do parlamentar opositor Richard Mardo — representante do partido Primeira Justiça pelo estado de Aragua —, que é investigado por lavagem de dinheiro e delitos incluídos na lei contra a corrupção.

A esse respeito, Morales disse que já realizou uma audiência oral e pública perante o Tribunal Supremo de Justiça, que ocorrerá em um prazo de 30 dias para se pronunciar sobre se há ou não indícios para processar Mardo.

Caso existam — apontou o deputado socialista —, a Assembleia iniciaria um procedimento para revogar a imunidade parlamentar do político sob investigação.

Segundo Morales, o depoimento sob juramento de Mardo fala sobre cerca de 600 mil bolívares (US$ 95,2 mil); no entanto, pôde ser constatado que este manejava mais de 640 mil bolívares (US$ 101,5 mil) em notas e mais de dois milhões em cheques (US$ 317,5 mil).

O vice-presidente da Comissão de Política Interior assegurou que essas cifras estão muito acima do poder adquisitivo de um parlamentar.

Além disso, recordou que na atualidade ocorre uma investigação que atinge o também deputado opositor Juan Carlos Caldera, que supostamente recebeu subornos.

Nesta quarta-feira (10), o presidente do Conselho Legislativo do estado de Lara, Luis Jonás Reis, levou às câmeras da VTV suas denúncias contra o governador desse território, Henry Falcón, que também é investigado por supostas irregularidades administrativas.

Há algumas semanas, Falcón foi interrogado pela Comissão de Controladoria da Assembleia Nacional sobre a não execução de uma obra na qual supostamente foram investidos cerca de três milhões de bolívares (mais de US$ 475 mil) e outros dois casos de mau manejo de fundos.

Como parte da "guerra mortal" contra a corrupção, foi divulgado há dois dias a prisão de cinco servidores públicos vinculados ao denominado Fundo chino-venezuelano.

Depois de investigar durante várias semanas, capturamos essas pessoas pelo desvio de US$ 84 milhões do Fundo através do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social de Venezuela, informou então o presidente Maduro do estado de Amazonas.

Estas ações somam-se às recentes realizadas no seio de entidades como o Instituto para a Defesa das Pessoas no Acesso aos Bens e Serviços — relançado sob a direção de Eduardo Samán — e o Serviço Nacional Integrado de Administração Alfandegária e Tributária.

Fonte: Prensa Latina