Egito começa o dia com potencial situação de violência

A violência contida depois dos acontecimentos dos últimos dias pode estourar nesta segunda-feira (15) no Egito, pois partidários e rivais do deposto presidente Mohamed Mursi anunciam manifestações a favor e contra as autoridades provisórias, respectivamente.

Na península do Sinai, ao amanhecer, três pessoas morreram e 17 ficaram feridas em um ataque com morteiros contra um ônibus que transportava trabalhadores de uma fábrica de concreto operada pelo Exército, segundo fontes oficiais.

O incidente ocorreu perto da cidade de el-Arish, no norte da península nordeste egípcia, onde horas atrás as Forças Armadas anunciaram ter eliminado os cinco responsáveis de um ataque feito há alguns dias contra o aeroporto dessa localidade.

Um porta-voz da Irmandade Muçulmana negou responsabilidade na ação e assegurou que foi "realizada pela Mukhabarat (Serviço de Inteligência, em árabe) para justificar o golpe militar contra o presidente Mursi".

Fontes militares refutaram que um de seus veículos tenha sido alvo de um atentado no Sinai, no qual morreu uma pessoa; o autor da tentativa morreu quando manipulava o explosivo, disse a fonte.

No entanto, a atenção está centrada nas manifestações de partidários e adversários do presidente deposto, detido desde 3 de julho e submetido desde domingo (14) a interrogatório, depois de acusações de espionagem, incitação à violência e danos à economia durante seus 367 dias de exercício da presidência.

Porta-vozes da Irmandade Muçulmana disseram que pretendem realizar passeatas até as sedes do Conselho Nacional de Segurança e do Quartel Geral da Guarda Republicana, ambos no bairro Cidade Nasser, apesar de uma advertência do Comando das Forças Armadas para que durante seus protestos evitem os edifícios públicos e as instalações militares.

No sábado, helicópteros do Exército sobrevoaram os arredores da mesquita Rabaa al-Adawiya, nessa mesma comunidade, e distribuíram folhetos nos quais garantem que os manifestantes que desejarem abandonar o local não serão perseguidos.

Por sua vez, as organizações opostas a Morsi convocaram seus seguidores a reunir-se na Praça Tahrir, no centro desta capital, e em frente ao palácio presidencial de Ittihadiya, no distrito de Heliópolis, para contraporem-se aos islamistas.

Ambas as manifestações constituem uma demonstração de força das partes a poucas horas da chegada aqui do vice-secretário de estado norte-americano William Burns, para se reunir com as novas autoridades.

Fonte: Prensa Latina