Palavra de enfermeira: para conquistar, é preciso lutar

Talvez você não saiba, mas há doze dias os profissionais de enfermagem de Cuiabá estão em greve por melhores salários.

Também pode ter escapado de suas leituras diárias, mas, nesta quinta-feira, colegas de Piracicaba saíram às ruas pela aprovação das 30 horas em Brasília. Aqui no Rio, bravos colegas se expuseram ao risco de tomar bombas na Rio Branco para pedir mais respeito ao profissional de enfermagem.

Se hoje estamos aqui falando sobre isso, é porque estas manifestações receberam cobertura da imprensa. Isso significa que a categoria, unida por um objetivo, estava presente em grande número nas manifestações. O que leva a outra conclusão: precisamos mostrar a nossa cara. Já dizia um famoso observador que o que mais bota medo em político é o povo na rua.

E este mesmo povo soube mostrar à classe política o que quer: saúde e educação de qualidade, transportes mais racionais. Mais respeito. E conseguiu, ao menos em parte, com que seus anseios fossem ouvidos. As tarifas do transporte baixaram, ainda que a custo de renúncia fiscal; projetos que destinavam mais verba à saúde e educação foram aprovados; a pressão voltou a ser exercida pela população. Mas ainda há muito a ser feito, e é preciso organização.

Chegamos a um estágio em que não há a menor possibilidade de continuarmos a reclamar da vida no plantão, nos corredores, ou, mesmo, pelas redes sociais. É preciso se organizar e agir. E não se enganem: cada um de nós pode fazer a diferença.

Conto com os colegas nesta jornada. E os colegas contem com as entidades que sempre estão ao lado da categoria, com o Movimento Amigos da Enfermagem e com este mandato.