Comunista paraguaio denuncia favorecimento do agronegócio 

"O governo paraguaio favorece setores minoritários como os empresários do agronegócio contrários à justiça social", declarou o secretário geral do Partido Comunista do Paraguai, Najeeb Amado.

Najeeb Amado - Partido Comunista Paraguaio

Amado, em declarações a Prensa Latina, comentou assim a decisão do presidente eleito, Horacio Cartes, de aceitar propostas de associações agrícolas, pecuaristas e industriais, que se negão ao pagamento de um imposto do 10% à exportação de grãos.

Até última segunda-feira (15), Cartes deu seu apoio a esse encargo nos casos de grãos de soja, trigo, girassol e milho em estado natural aprovado pelo Senado, mas a negativa pública desses grupos de pagar, leva o governo a aceitar apenas os ganhos declarados por les

O dirigente comunista disse que os chamados "grêmios da produção" não se sensibilizam com as necessidades do país e sua posição é voltada a seus interesses particulares e em defesa do capital multinacional.

Explicou que, precisamente esse capital multinacional, empresta o dinheiro necessário aos grandes empresários nacionais para produzir e lhe entregar, por exemplo neste ano, mais de cinco milhões de toneladas somente de grãos de soja.

Agregou que o imposto de 10% agora vetado era só o início de um projeto de reforma tributária mais justa, favorável aos interesses da nação e de fácil aplicação pela concentração da exportação em pouco mais de media dúzia de empresas.

Amado considerou, paralelamente, que o governo eleito tinha apoiado inicialmente o 10% mencionado pela celeridade de arrecadação ante um Estado deixado em situação de quebra pelo Executivo de Federico Franco.

No entanto, como representa os interesses do velho modelo oligárquico, arcaico, obtuso, ao serviço do capital multinacional e de umas quantas famílias que operam em Paraguai, cedeu ao reclamo dos poderosos grêmios empresariais, declarou.

Em sua análise final, expressou esses grupos reivindicam um país para um milhão de pessoas, enquanto os setores progressistas o fazem para a nação real de sete milhões, um país verdadeiramente democrático com justiça social e oportunidades para todos.

Fonte: Prensa Latina