Promotoria diz que terras onde ocorreu massacre são privadas

O Ministério Público do Paraguai advertiu na última terça-feira (23) que a fazenda onde ocorreu o massacre de Curuguaty, em junho de 2012, pertence a uma família de latifundiários e não ao Estado.

A medida judicial se dá em resposta a defesa dos camponeses que tinham solicitado que se determinasse a propriedade do território onde morreram seis policiais e 11 agricultores, porque a propriedade estava em disputa entre o Estados e a empresa Campos Morumbí, propriedade da família do falecido Blas Riquelme, ex-senador e dirigente do Partido Colorado.

Agências Internacionais de notícias reportaram que a opinião foi “curiosamente” precedidade por declarações do presidente paraguaio, Federico Franco e do Instituto Nacional da Terra, que davam como fato que as terras pertenciam ao Estado.

Franco qualificou de “barbaridade” a decisão da procuradoria a favor da família Riquelme sobre as terras de Marina Cué. Ele ratificou que as terras são de propriedade do Estado paraguaio e que o governo defenderá isso com documentos.

Em 2004, essas terras foram doadas pelas Forças Armadas para o Estado e iam ser destinadas para a reforma agrária, mas o poder de Campos Morombí o permitiu ficar com elas em 2005, embora se levante a suspeita da ilegalidade na titulação.

A definição sobre a propriedade de Curuguaty ocorreu em meio a audiência preliminar pelo julgamento do caso, que culminou num golpe de Estado parlamentar, no então presidente democraticamente eleito Fernando Lugo. 

No total 12 camponeses enfrentam a abertura de um julgamento penal pelos acontecimentos de 15 de junho de 2012, três dos acusados pela promotoria são mulheres, duas delas com filhos de poucos meses.

Com informações da TeleSUR