Líbano pede à UE que não inclua o Hezbolá em lista de terroristas

O Líbano pediu formalmente à União Europeia que não inclua o Hezbolá em sua “lista negra”, poucos dias antes de o bloco regional ter uma discussão programada sobre o assunto. Em uma declaração emitida nesta quinta-feira (18), o presidente libanês Michel Suleiman disse ter incumbido o ministro de Relações Exteriores interino, Adnan Mansour, de instruir o representante libanês para a UE para submeter o pedido ao bloco.

Sayed Nasrallah - Al-Manar

A declaração afirma que o partido não deve ser rotulado como uma organização terrorista, “principalmente se a decisão é tomada de forma impulsiva e sem base em evidências objetivas e firmes”.

Fontes diplomáticas disseram que os chanceleres europeus estavam prestes a decidir, na segunda-feira (22), sobre se colocarão ou não o braço militar do Hezbolá na “lista negra”.

Os governos europeus têm estado num impasse sobre o assunto desde maio, quando a Grã Bretanha pediu que o braço militar do partido fosse incluído na lista de organizações terroristas da UE, afirmando que o Hezbolá estava por trás da explosão de um ônibus na Bulgária, no ano passado.

Diversos governos objetaram contra a proposta, argumentando que tal medida poderia desestabilizar o Líbano, onde o Hezbolá forma parte do governo, e questionando sobre a existência de evidências suficientes que ligassem o grupo ao ataque.

Antes de outras conversações sobre o assunto nos próximos dias, a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton sugeriu um compromisso que poderia aplacar as preocupações de que a inclusão na “lista negra” complicaria as relações da UE com o Líbano.

Dois diplomatas europeus informaram à agência de notícias Reuters sobre a proposta, com uma afirmação de que a UE “deve continuar a dialogar com todos os partidos políticos do Líbano” e manter o apoio financeiro a Beirute.

Apesar das pressões intensas dos Estados Unidos e de Israel (com quem o braço armado do Hezbolá já combateu, na defesa do território libanês contra as agressões israelenses), a UE reconhece o “movimento de resistência islâmica”, de acordo com sua própria definição, como um partido político ativo no Líbano.

Com Al-Manar,
Da redação do Vermelho