BA: Rabelo participa do lançamento das teses do 13º Congresso

A militância da Bahia compareceu em peso ao lançamento das preparatórias para o 13º Congresso Nacional do PCdoB, neste sábado (20), que contou com a presença do presidente do Partido, Renato Rabelo. Durante a manhã, Renato falou sobre os eixos que vão nortear as discussões da base nas etapas municipais e estaduais, em preparação para a nacional, que ocorre em novembro.

Os temas principais são o balanço dos 10 anos de governos Lula e Dilma e a avaliação e tendências da crise do sistema capitalista. O primeiro foi dividido em três partes: análise do decênio, a intervenção do PCdoB – que pela primeira vez assumiu cargos ao lado do governo federal – neste período e as perspectivas. Para o presidente, não é possível analisar simplesmente por analisar o papel do Partido Comunista do Brasil, mas para avaliar como prosseguir, tomando como base os objetivos traçados no programa construído anteriormente. Segundo ele, as discussões são uma atualização de tarefas.
 
 Eras Lula e Dilma
 
Rabelo destacou importantes conquistas das classes menos favorecidas, através dos programas sociais implantados pelos governos Lula e Dilma, que ajudaram 50 mil de brasileiros a ascenderem socialmente, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, entre outros. “Não podemos aceitar o discurso da direita conservadora de que a Era Lula foi de fachada, que só teve corrupção. Até porque ela está apoiada pela grande imprensa, que é a maior oposição do governo atualmente.”
 
De acordo com Rabelo, ela faz hoje o que fez na Era Vargas, só que mais agressiva, porque agora tem a televisão, que atinge milhões de pessoas simultaneamente. Sem contar que as redes de comunicação estão concentradas na mão de apenas sete famílias, todas conservadoras, que colocam as mídias e, consequentemente, o povo contra a presidenta Dilma Rousseff.
 
É preciso valorizar que as mudanças ao longo desses 10 anos foram direcionadas à base da pirâmide social, promovendo a mobilidade da sociedade. “Com Lula também que nasceu o diálogo com os movimentos sociais e foi aberto um canal de mediação constante com o povo”. Segundo o presidente do partido, este é o motivo de a elite conservadora estar tão incomodada.
 
 O PCdoB neste decênio
 
Rabelo ratificou que o Partido Comunista do Brasil é essencialmente internalista, patriótico, baseado no centralismo democrático, que tem lado e rumo, cujo objetivo é enfrentar o capitalismo para formar uma sociedade socialista. Com amplo programa de ações firmado em congressos anteriores, é hora de analisar o que se conseguiu efetivar desde então e as formas de atuação de agora em diante. Programa este explícito, vigente, que é referência para o PCdoB em todo o país.
 
Como pode ser conferido no Caderno das Teses, distribuído no evento, o PCdoB já seguia na direção da necessidade de uma reforma política, mesmo antes de começarem as manifestações de junho, que também trouxeram esta bandeira. “Temos consciência de que é preciso destravar e acelerar as mudanças para promover democracia e permitir o desenvolvimento do país.
 
No entanto, Renato ressalta que é necessário mais do que uma reforma política, mas uma reforma democrática, que inclui a estrutural urbana, a política propriamente dita, a da política macroeconômica e a tributária. “É preciso promover o progresso social”, complementa o presidente.
 
Segundo Rabelo, diante do novo quadro, essa história de núcleo de esquerda está ultrapassada. Agora, tem que ser criado um bloco, uma plataforma de esquerda, com todas as forças que comungam do mesmo objetivo, que é o desenvolvimento do Brasil a partir da democracia.
 
 A 3ª maior crise do capitalismo
 
O sistema capitalista está em crise há cinco anos, que  como consequência tem o agravamento da crise social e a fragilização da hegemonia dos Estados Unidos. “Temos que analisar o curso da geopolítica mundial em curso. A tendência é a multipolarização econômica”, expõe do presidente nacional. Para ele, esta realidade mundial precisa estar bem clara para os comunistas, já que o perfil do PCdoB é o combate ao capitalismo, reforçando o papel anti-imperialista, democrático”.
 
De Salvador,
Maiana Brito