Evaldo Lima quer instalar Comissão da Verdade no âmbito municipal
Vereador do PCdoB teve requerimento aprovado no primeiro semestre de 2013 e agora segue lutando para a implantação da Comissão para analisar historicamente o período militar em Fortaleza
Publicado 22/07/2013 21:46 | Editado 04/03/2020 16:28
Durante mais de duas décadas, o povo brasileiro assistiu coagido ao peso do domínio militar sobre a sociedade e sobre o Estado. “Muita História de resistência foi construída ao longo desse período e, ainda hoje, muitos arquivos ainda estão fechados. A cidade de Fortaleza também viveu diversos episódios de repressão, assim como outras do País. Precisamos redescobrir criticamente este período e prestar contas com a sociedade sobre o que foi vivenciado aqui”, diz o vereador do PCdoB, Evaldo Lima. Pensando no resgate da história de diversos fortalezenses, Evaldo propôs no âmbito municipal a implantação da Comissão da Verdade. “Não se trata de uma proposta revanchista ou rancorosa mas sim de um direito à memória e à verdade”, diz o vereador.
Segundo explica Evaldo, a análise do período histórico exige a isenção do historiador e cidadão interessado em conhecer a história de seu povo. “Para que se faça uma leitura aprofundada de um momento histórico é necessário que saibamos exatamente o que aconteceu. Não se trata de esquecimento, nem perdão, apenas justiça. Vale destacar também que o Brasil é signatário da Convenção Americana sobre Direitos Humanos que foi ratificado pelo País em 25 de setembro de 1992”.
A história nas ruas
O simples passeio pelas ruas da cidade denuncia o esquecimento. Saindo da av. Expedicionários, o fortalezense despede-se dos pracinhas, combatentes da Segunda Guerra Mundial. Mais a frente, cumprimenta um ex-ditador ao entrar na av. Presidente Costa e Silva, mais conhecida como av. Perimetral. Seguindo um pouco mais, a mesma avenida que homenageia o ditador divide calçadas com av. Juscelino Kubistchek, que mais adiante se torna av. Padaria Espiritual. “A avenida Leste-Oeste chama-se Castelo Branco. Temos ainda a Praça 31 de março, na Praia do Futuro. Enquanto isso diversos cidadãos revolucionários que lutaram pela liberdade de expressão e do país, como Bergson Gurjão Farias, seguem esquecidos”, explica Evaldo.
História como reforço da democracia
De acordo com Evaldo, a importância da Comissão da Verdade é reavaliar a história da cidade, apontando as mudanças para o futuro. “O olhar sobre a História recente da cidade dá aos cidadãos mais novos a oportunidade de reavaliar posições, ideologias e as medidas políticas que estão sendo implantadas. A História é para se refletir, tirar lições do passado e para cada vez mais fortalecer os elementos da democracia”, conclui.