Bolívia denuncia ingerência dos Estados Unidos 

A ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos da Bolívia e os planos para desestabilizar o governo do presidente Evo Morales por parte de agências daquele país, denunciou nesta terça-feira o semanário boliviano La Epoca.

Uma reportagem de três páginas divulga que três instituições estadunidenses e um partido de ultra-diretia europeu canalizam ideias e recursos para apoiar a oposição boliviana.

Com o título "Trilogía IRI-NDI-Usaid na Bolívia", a matéria inclui dois documentos que provam "claramente uma constante metodologia de atuação que há muito tempo deixou de ser segredo".

A nota reportagem alerta que "um dos objetivos do programa é ensinar a construir coalizões políticas, já que é a única forma de ganhar uma eleição contra Evo Morales", e lembra que isto já foi feito na Venezuela, Equador, e advertem "que continuarão fazendo".

Um dos documentos que anexa La Epoca é um artigo do Diário Nacional, de 22 de dezembro de 2012, com o título "Partido de [Rubén] Costas assina convênio com Instituto Dinamarquês de Democracia".

Costas, governador do departamento de Santa Cruz, opositor acirrado de Evo Morales e presidente do grupo Verdad y Democracia Social (Verdes) fechou o acordo que tem como objetivo facilitar uma coalizão o suficientemente forte para enfrentar Morales com sucesso nas eleições de 2014, segundo a nota do jornal Diario Nacional citada pelo La Epoca.

O semanário resume também a estratégia do IRI (Instituto Internacional de Pesquisa), do NDI (Instituto Nacional Democrata) e da Usaid (Agência para o Desenvolvimento) de não agir diretamente, mas através das Organizações não Governamentais (ONGs).

"Por trás da linguagem de transparência em processos eleitorais, campanhas de educação cívica ou eleitoral, democratização… se escondem projetos subversivos. Por isso que Evo expulsou a Usaid, mas o problema é que ela continua atuando de maneira indireta", destaca o La Epoca.

A revelação da campanha contra o processo de mudança que a Bolívia vive e contra o presidente Evo Morales, corresponde ao Centro Andino de Estudos Estratégicos, que explica o trabalho de dois institutos e uma agência dos Estados Unidos, todos muito conhecidos na região.

Entre outros planos, pretendem captar jovens, majoritariamente universitários, sobretudo, porque não conhecem as deficiências dos sistemas políticos neoliberais, anteriores a Morales.

As instituições estadunidenses mencionadas, "pretendem estabelecer condições favoráveis para a formação de uma coalizão opositora, embora não mencionam o político que deverá liderar". Até agora a oposição não lançou o nome de nenhum candidato, e Morales adiantou há vários meses que irá concorrer à reeleição com Alvaro García Linera a seu lado.

Fonte: Prensa Latina