Projeto prevê acréscimo de R$181 bi no PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal poderá ter crescimento de 1,3% ao ano nas próximas cinco décadas com a implantação de todos os projetos sugeridos no "Plano Estratégico e Estrutural para os próximos 50 anos- Brasília 2064".

"Será gerado um acréscimo na nossa economia de R$181 bilhões, valor maior que o nosso PIB atual, e olha que será apenas o adicional (ao PIB projetado sem esses investimentos)", anunciou ontem o secretário-chefe da Secretaria de Assuntos Internacionais, Odilon Frazão.

Frazão apresentou resultados preliminares da primeira etapa da consultoria feita pela empresa Jurong, de Cingapura, aos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do DF (CDES), que reúne representantes do governo, do setor empresarial, movimentos sociais e personalidade da sociedade civil.

Ficará pronto, nos próximos dias, o relatório final desta primeira etapa, para a qual foram feitas três visitas técnicas da equipe de Cingapura à capital federal- a última no mês passado, com o foco na análise estratégica e na lista de setores prioritários.

Com os dados coletados até agora, foi possível projetar que a economia do DF se tornará de alto valor agregado, com produtividade média 35% maior que a atual, terá alta diversidade, menor desigualdade entre áreas e setores, e ainda terá impacto global.

"Esse estudo tem base em uma consultoria internacional, mas (o planejamento) será feito também com nossa experiência, contribuição de nossa sociedade, nossas universidades. Será um desenvolvimento "à brasileira", comentou o governador Agnelo Queiroz durante apresentação.

POLOS

Previsto para ficar pronto em junho de 2014, o estudo terá quatro etapas, nas quais serão elaborados planos conceituais para o novo aeroporto do DF em Planaltina, a ampliação do Polo JK em Santa Maria, construção do Centro Financeiro, no Jardim Botânico e do Polo Logístico, em Samambaia.

"A ideia central é que seja preservada a área tombada (Plano Piloto) e se descentralize o desenvolvimento econômico, de modo que o cidadão possa viver, trabalhar e se divertir sem ter que viajar todo dia (ao Plano)", adiantou Frazão, ao explicar que essas próximas etapas serão mais específicas.

MOBILIDADE

A criação de um corredor econômico entre Brasília e outras grandes cidades do país e o investimento pesado em obras de mobilidade urbana- inclusive com trens de alta velocidade- também foram alguns dos apontamentos feitos nesta primeira etapa.

De acordo com os resultados apresentados, ficaram definidos três conceitos para o desenvolvimento do DF: fortalecer as indústrias existentes, apoiar setores de alto potencial no Brasil e passar a gerar lideranças para o país.

A Jurong Consultoria tem mais de 1,7mil projetos desenvolvidos em mais de 146 cidades pelo mundo. Um deles, contratado em 2008, foi o do corredor econômico entre o aeroporto de Confins e a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte.