México: Professores cercam Congresso contra reforma educacional
Milhares de professores da Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) cercaram a Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (21) para protestar contra a aprovação das leis secundárias da reforma educacional e impediram a realização das sessões no Congresso. O ato obrigou os legisladores a mudar o início dos trabalhos para o Senado.
Publicado 22/08/2013 15:59

Esta foi a primeira vez nos últimos anos que uma manifestação social conseguiu impedir a realização de uma sessão extraordinária no Congresso. Os cerca de 15 mil manifestantes apresentaram aos legisladores a proposta de não aprovação da Lei de Serviço Profissional Docente, descartar o Instituto Nacional de Avaliação da Educação, bem como a reforma da Lei de Educação e sugeriram a convocação de uma consulta nacional para uma legislação consensuada.
Ao jornal La Jornada, o professor Juan José Ortega declarou que esta “é uma ação ação sem precedentes, nenhum deputado conseguiu ingressar na sessão extraordinária. O presidente Enrique Peña Nieto deveria ter um gesto de humildade e coerência e não tentar impor uma reforma educacional que é rejeitada pelos professores”.
Membros da Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) informou que desde o dia 19 de agosto até domingo 15 de setembro as mobilizações permanecerão nas ruas.
"Apelamos a todos os trabalhadores da educação para se juntar à greve permanente e todas as organizações e pessoas em luta para lutar contra o inimigo comum. A chamada para participar nesta nova etapa da história e da luta de classes nacional e internacional", diz a convocatória do movimento.
Entenda a questão:
Desde a aprovação da reforma, os professores têm se manifestado constantemente na capital e no sul do México contra a medida, que inclui a avaliação dos professores regularmente e pode condicionar a esses resultados sua permanência no cargo e promoção, assim como aumento de salário, entre outros pontos.
Essa reforma "fala de demissões sem qualquer responsabilidade por parte da autoridade. Sim, nós queremos a avaliação, mas não com caráter punitivo, e sim educativo", explicou o líder da seção 22 de Oaxaca, Francisco Bravo.
A Reforma educacional, defendida novamente esta semana pelo presidente Enrique Peña Nieto foi a primeira grande alteração legislativa aprovada no âmbito do chamado Pacto pelo México, um acordo inédito das três principais forças políticas para impulsionar grandes reformas no país .
Da Redação do Vermelho,
com agências internacionais