Farc e governo anunciam foro sobre drogas ilícitas na Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo e o governo colombiano, reunidos em Havana (Cuba) pelo processo de paz, anunciaram nesta segunda-feira (26) a realização de um foro sobre o problema das drogas ilícitas. O objetivo é oferecer um espaço de diálogo democrático para que os cidadãos e organizações façam suas propostas sobre este ponto específico da agenda em busca de um acordo pelo fim do conflito armado.

Iván Márquez - Farc

 Após uma reunião com representantes da Oficina das Nações Unidas na Colômbia e do Centro de Pensamento para a Paz, da Universidade Nacional, no sábado (24), as partes solicitaram a essas organizações coordenem o evento, que deve acontecer em dois momentos distintos na Colômbia.

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“Convidamos a todas as pessoas e organizações interessadas em aportar visões e soluções sobre esse tema, para que assistam ao foro e, desta maneira, aportem suas propostas ao processo de conversações que busca o fim do conflito”, indica um comunicado do grupo guerrilheiro. O encontro deve ser realizado entre os dias 24 e 26 de setembro, em Bogotá, com características similares a dos debates anteriores sobre o tema agrário e de participação política.

A cidade de San José de Guaviare foi escolhida como palco de um capítulo especial do evento, entre os dias 1 e 3 de outubro, quando serão promovidos intercâmbios entre os diferentes atores que podem construir uma solução ao problema das drogas ilícitas, com um enfoque territorial.

Um ano do acordo geral pelo fim do conflito

Nesta segunda-feira (26) se cumpre o primeiro aniversário da firmação do acordo geral pelo fim do conflito armado. Para celebrar a data, as delegações querem reafirmar sua disposição total para chegar a uma resolução e contribuir com a construção de uma paz duradoura e estável, conforme expressaram no documento.

Proposta de referendo do governo colombiano

As Farc expressaram a sua decisão de manter a mesa de conversações, mas sem acompanhar a proposta do governo de Juan Manuel Santos de submeter os acordos de paz a um eventual referendo.

“Não acompanhamos, nem sujeitamos os diálogos e seus resultados a decisão unilateral” do governo, declarou Iván Márquez, líder negociador do grupo guerrilheiro.

Para as Farc, "recorrer ao referendo para o propósito de votação não é tecnicamente aconselhável já que o que se vota é uma das ‘temáticas da agenda’”.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina