Jerusalém: Autoridades de Israel aprovam orçamento de construções

A Municipalidade de Jerusalém, através do seu comitê de finanças, aprovou neste domingo (25) o orçamento para o desenvolvimento de um bairro novo em Ramat Shlomo, que está além da Linha Verde (separação teórica entre Israel e Palestina). O orçamento, de 62,4 milhões de shekels (41 milhões de reais), será alocado na construção de infraestrutura para o bairro planejado.

Ramat Shlomo - Emil Salman / Haaretz

Ramat Shlomo deverá incluir 1.600 unidades habitacionais, e foi o centro de outra crise diplomática entre Israel e os Estados Unidos, em março de 2010, principalmente porque os planos para a sua construção foram anunciados durante uma visita do vice-presidente norte-americano, Joe Biden.

O comitê, reunido pela última vez antes das eleições municipais, também aprovou outros projetos além-Linha Verde [ou seja, em território palestino]. Exemplos são os 20 milhões de shekels (13,1 milhões de reais) para o desenvolvimento de um parque nacional em Ir David (Cidade de Davi), no bairro de Silwan, em Jerusalém Leste (território palestino), dos quais 16 milhões de shekels (10,5 milhões de reais) serão aportados pelo Escritório do Primeiro Ministro, pela municipalidade de Jerusalém e pela Indústria do Turismo.

Outro projeto aprovado neste domingo foi um mikvá (um local com água, de submersão, para rituais judaicos) no bairro judeu de Nof Tzion, localizado no coração do quarteirão árabe da Cidade Antiga, Jabal Mukkaber, para o qual a municipalidade dará 144,9 shekels.

O chefe do comitê, David Harari [do partido sionista Lar Judeu], saudou as medidas e chamou-as de “vacinação de Jerusalém contra aqueles que pensam em dividi-la de alguma forma”.

O prefeito adjunto Yosef 'Pepe' Alalu [do Meretz, que se identifica como “à esquerda”] disse que as decisões são uma tentativa do prefeito Nir Barkat de apaziguar eleitores ortodoxos de direita antes das eleições, daqui a dois meses. Alalu chamou as medidas de “tristes” e “uma provocação de pessoas que não querem progresso nas conversações com os palestinos”.

A Municipalidade de Jerusalém disse, em resposta, que “não há mudança na política da Municipalidade há mais de 40 anos, e nós continuaremos a construir em todos os bairros da cidade, de acordo com os planos estatutários para judeus e árabes, da mesma forma. Nos próximos anos, dezenas de milhares de unidades habitacionais serão construídas em toda a cidade, para todos os setores. Novas construções em Jerusalém são necessárias para o desenvolvimento da cidade, e para dar aos jovens e estudantes a oportunidade de viver e comprar casas [em Jerusalém]”.

Fonte: Ha'aretz
Tradução: Moara Crivelente, da redação do Vermelho