Ataque à Síria seria precedente negativo, diz ex-inspetor da ONU
Um ataque bélico, mesmo que rápido, de potências ocidentais contra a Síria seria outro precedente negativo, afirma o ex-chefe da missão de inspetores da ONU no Iraque (Unmovic), Hans Blix, em um artigo publicado nesta quinta-feira (29) pela imprensa londrina.
Publicado 29/08/2013 17:17
Depois da agressão anglo-estadunidense contra o Iraque, em março de 2003, sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, o órgão internacional sentiu então que a Carta das Nações Unidas foi violada e ignorada, afirma Blix em um artigo do The Guardian.
"A repetição de uma ação bélica similar sugeriria que as potências ocidentais podem intervir quando sentem a necessidade política de fazê-lo", adverte Blix, cuja missão no Iraque para encontrar armas de destruição em massa foi interrompida pela agressão.
Além disso, o também ex-diretor general do Organismo Internacional de Energia Atômica chama a esperar por um veredito dos inspetores da ONU sobre o uso de armas químicas em um ataque ocorrido no dia 21 de agosto nos arredores de Damasco.
Washington, Londres e Paris responsabilizam o governo sírio pelo citado ataque, sem apresentar nenhuma prova concreta, enquanto Damasco nega tais acusações e denuncia o uso de armas químicas contra tropas governamentais em dias recentes.
Os futuros atos de guerra dos Estados Unidos, Reino Unido e França contra a Síria não seriam em defesa própria, como os estipula a Carta da ONU, pois nenhum deles foi atacado, argumenta Blix.
Um castigo contra o Governo do presidente Bashar al-Assad pelo suposto uso de armas químicas seria a ação de uma autoproclamada polícia mundial, considera o especialista sueco.
Blix chama o Conselho de Segurança da ONU a ir para além da preocupação pelo uso de armas químicas na Síria e tentar um cessar das hostilidades nesse país, assim como a realização de uma conferência internacional para uma saída política a essa crise.
Fonte: Prensa Latina