Cebrapaz-CE repudia intervenção norte-americana na Síria

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz – núcleo do Ceará considera “inaceitável” o argumento dos Estados Unidos de uso de armas químicas para justificar uma intervenção na Síria. A entidade já organiza uma reunião e deverá lançar uma nota contra a intervenção liderada por Barack Obama no país.

Para Teresinha Braga, coordenadora do Cebrapaz-CE, esta é uma ferramenta já utilizada pelos americanos em outros episódios de guerras para justificar as invasões. “Essa história de arma química, o mundo todo já conhece. No Iraque também aconteceu da mesma forma e, após o massacre, veio a comprovação de que não houve uso de armas químicas”, recorda a médica que acrescenta: “Os Estados Unidos sempre buscam criar fatos para embasar estas guerras. Esta é mais uma demonstração de que os americanos fabricam os conflitos, criando fatos inverídicos e disseminando o terror”, condena.

A coordenadora do Cebrapaz-CE informa que o núcleo no Estado deverá se reunir para lançar uma nota de repúdio. “Trabalhadores, jovens, mulheres, vamos dizer não à guerra patrocinada pelos americanos contra a Síria. Temos que mobilizar todos os amantes da paz no mundo, em apoio ao povo sírio”, reitera.

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O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse no último domingo (1°) que os Estados Unidos têm provas de que foi usado gás sarin em um ataque em Damasco, a capital síria, e apelou ao Congresso para votar favoravelmente a uma intervenção militar. De acordo com Kerry, há amostras de cabelo e de sangue, entregues aos Estados Unidos por socorristas que estiveram na área do ataque, que mostram sinais de gás sarin, que afeta o sistema nervoso.

O presidente norte-americano Barack Obama declarou na última semana que os Estados Unidos estão prontos para uma intervenção militar na Síria. "Nossa capacidade de executar essa missão não é sensível ao tempo; será eficaz amanhã, na próxima semana ou daqui a um mês. E eu estou preparado para dar essa ordem." Obama ressaltou, porém, que vai pedir o aval do Congresso americano, que está em recesso até 9 de setembro.

Obama disse que não espera a concordância de todos os países com a ação militar na Síria, mas pediu que aqueles que estiverem de acordo declarem isso publicamente. Ele afirmou que tomará a decisão mesmo sem aprovação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o presidente americano, o governo sírio cometeu violência contra a dignidade humana e fere a segurança dos Estados Unidos, uma vez que pode estimular o uso de armas químicas e proliferação de grupos terroristas.

A oposição e países ocidentais acusam o regime de Bashar Al Assad de ter usado gás tóxico no ataque do dia 21 deste mês, nos arredores de Damasco, capital síria. O governo sírio rejeita as acusações e atribui a responsabilidade pelo ataque aos rebeldes.

O conflito na Síria já fez, desde março de 2011, mais de 100 mil mortos e levou o país a ser suspenso dos trabalhos da Liga Árabe.

De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações da Agência Brasil)