Veremos na Copa

Por Aldo Rebelo*

copa 2014

O bordão “Só quero ver é na Copa”, com algumas variações, já circulou mais amiúde como uma pilhéria irônica decorrente de algum problema pessoal – portão errado no aeroporto, por exemplo –, mas também disseminado por interesses político-partidários que visam a boicotar a Copa de 2014. É notável, no entanto, que a realidade dobra a irreverência, e os que anunciam desastres começam a render-se à evidência de que o bordão é engraçado mas furado.

Pesquisa informal feita pela Embratur atesta que os torcedores e jornalistas estrangeiros aprovaram por alta porcentagem tudo que se relacionou à Copa das Confederações realizada em junho. Nada menos que 81,2% se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos com os serviços que desfrutaram no Brasil. Tudo foi bem-avaliado, dos aeroportos (92,2%), limpeza pública (81%), telefonia e internet (85%), restaurantes (80%) e hospedagem (76%). Um dado a destacar é o de que dois terços dos entrevistados faziam sua primeira viagem ao nosso País, e 97%desses voltaram para casa com a disposição de recomendá-lo a familiares e amigos.

Se a Copa das Confederações é um teste para a do Mundo que se realiza no ano seguinte, os indicadores são de que o Brasil confirma a cada passo a previsão de que só tem a ganhar como sede do mundial da Fifa. Além da festa, investimentos, renda, impostos, empregos serão o testemunho do impacto socioeconômico da Copa de 2014.

O grande movimento em curso é o confronto do complexo de excelência que conquistamos dentro de campo com a morbidez de vira-latas que cultuamos em relação à nossa capacidade empreendedora como Nação. O Brasil tem muitos problemas, alguns impenitentes há séculos, mas organizar um campeonato de futebol e auferir bons resultados não é um deles. Tudo que já existe ou está em obras vai funcionar a contento. Isso é o que todos veremos na Copa.

*Aldo Rebelo é ministro do Esporte. 

Fonte: Diário de S. Paulo