Ex-chanceler hondurenha denuncia: mídia promove terrorismo

"O fascismo possui várias facetas e muda conforme com as épocas para novas formas de dominação como a referente aos meios de comunicação em massa", afirmou nesta sexta-feira (13) a ex-chanceler hondurenha Patricia Rodas.

Patrícia participou do 1º Encontro Internacional Antifascista realizado em Caracas para marcar os 40 anos desde que um golpe de Estado no Chile interrompeu o governo socialista de Salvador Allende. O fascismo "se transforma em expressões específicas que se transportem do exterior para nosso continente com a intenção de interromper todos os processos de transição e transformação democrática em curso" em nossos países, completou.

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"O fascismo se disfarça e buscar novos mecanismos de dominação e de extravio mental que correspondam com essas novas formas de manifestação social que vão aparecendo", como declarou à Prensa Latina.

Nesse sentido, a ex-ministra de Relações Exteriores do ex-presidente Manuel Zelaya ponderou que a mutação dos métodos do fascismo desde os clássicos golpes militares para outras vias desestabilizadoras na atualidade como a guerra econômica, sobretudo na esfera midiática.

"Quando tivemos um arrefecimento das ditaduras militares isso não quis dizer que a repressão e os mecanismos de perseguição desapareceram, mas que esta se transformou em outras formas como a manipulação mediática", denunciou.

"Foi assim que começamos a receber notícias e realidades deformadas e começou a ser injetados preconceitos contra cidadãos de uma mesma sociedade, que padecem dos mesmos males e se aprofundou a estigmatização do que é diferente ou que tem propostas inovadoras", acrescentou a ex-chanceler.

Outra questão pontada por ela, é que "inclusive a política de difamação, mentira e engano converte-se em uma cultura de ódio, todo isso através dos meios de comunicação com seus respectivos mecanismos de formação de consciência para manter sob seu domínio do terror setores importantes da população", declarou Rodas.

Acrescentou ainda que a estratégia do terrorismo mediático pretende a divisão e desintegração social mediante o ódio: "com isso se aspira a destruição desse tecido que fundamentou os Estados Nação e a necessidade de nos integrar não só como sociedade senão com o outro, e de reconhecer nas lutas de um continente e de nossos próceres".

Fonte: Prensa Latina