Rússia: Resolução da ONU não aprovará uso da força contra Síria
O chanceler da Rússia, Seguei Lavrov, declarou nesta terça-feira (17), à emissora Russia Today, que a resolução a ser votada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em apoio à destruição do arsenal químico da Síria, não se referirá ao uso da força contra o país. O presidente Bashar Al-Assad agradeceu o apoio da Rússia contra a agressão, quando recebeu o vice-chanceler russo Serguei Riabkov, nesta quarta (18), e também uma delegação estadunidense contrária à agressão.
Publicado 18/09/2013 11:17
A resolução a ser aprovada pelo Conselho de Segurança, sublinhou Lavrov, deve apenas apoiar o órgão no desenho de um plano para a destruição do estoque de armas químicas, e isso será definido pelo Conselho Executivo da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPCW).
O documento também deve estabelecer medidas a serem tomadas em outras instâncias, particularmente, na proteção aos inspetores da organização, que monitorarão o processo no terreno.
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Entretanto, reafirma Lavrov, “a resolução do Conselho de Segurança, que aprovará a decisão do Conselho Executivo da OPCW, não será sobre o Capítulo Sete [que estabelece a possibilidade do uso da força]. Dissemos isso distintivamente em Genebra, e o documento com o qual concordamos não diz uma só palavra sobre o capítulo”.
Lavrov encontrou-se em Genebra (Suíça) com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para definir um acordo-quadro (com pontos gerais sobre um acordo específico a ser estabelecido) sobre o plano relativo ao arsenal químico da Síria.
Apoio contra a agressão militar
A Rússia mediou um acordo sob o qual o governo sírio concordou em desfazer-se do seu arsenal químico, para acalmar as tensões elevadas após o incidente de 21 de agosto, quando um ataque com gás sarin matou centenas de pessoas. O acordo-quadro que a Rússia e os EUA anunciaram suspendeu os planos estadunidenses para o uso da força militar contra a Síria.
O presidente Assad recebeu em Damasco o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Riabkov, segundo informou a televisão pública. Assad disse que a posição russa pode contribuir para criar um "novo equilíbrio mundial".
Ryabkov, por sua parte, reiterou que seu país insiste em encontrar uma solução política ao conflito e que mantém seu apego à lei internacional, que, segundo ele, rejeita o uso da força e respeita o direito dos povos para decidir seu futuro. Segundo a agência Sana, o vice-ministro russo disse ainda que o caso da Síria é prioritário para Moscou e um eixo da política internacional.
Ryabkov, que nesta terça (17) se reuniu com o chanceler sírio, Walid Muallem, disse nesta quarta-feira à imprensa russa que as autoridades de Damasco entregaram a ele dados sobre o emprego de armas químicas por parte dos rebeldes.
Além disso, Assad recebeu no mesmo dia uma delegação estadunidense (composta por antigos congressistas, ativistas e jornalistas), que afirmou ao líder sírio que a política de Washington na região, "baseada em iniciar guerras e intervir nos assuntos de outros países, não reflete os interesses do povo dos Estados Unidos". A delegação, liderada pelo ex-procurador-geral Ramsey Clark, expressou sua esperança de que a paz e a estabilidade retornem à Síria, informou a Sana.
Com agências,
Da redação do Vermelho