A causa é justa e sonhos não podem deixar de existir

No desenvolvimento dos trabalhos do 13º Congresso do PCdoB e da Conferência do Distrito Federal, vários novos militantes se incorporam à nossa organização e assumem nosso projeto político. No ato de filiação de novos camaradas, dia 14, Renatha Ribeiro fez este belo depoimento do por quê de sua adesão ao Partido:

A causa é justa e sonhos não podem deixar de existir

Ano passado, conheci pessoalmente o economista polonês, naturalizado francês, Ignacy Sachs, no auge dos seus 87 anos de idade.

Homem muito culto, vivido, com experiências fantásticas, afinal foi sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, e também de uma riqueza cultural invejável. Com tanta bagagem acadêmica, lançou alguns dos fundamentos do debate contemporâneo sobre a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento, baseado na convergência entre antropologia cultural, ciência política, economia e ecologia.

Suas ideias são hoje mais claramente compreendidas, no cenário da crise social e política mundial e das mudanças climáticas.

Naquela ocasião, eu, diante do colossal professor, com toda a minha humilde e quase ingênua ansiedade, disparei a falar, numa tentativa de me aproximar do mestre Sachs, pois quem sabe, aqueles minutos tão raros seriam a grande aula da minha vida.

Num ímpeto, falei da então transição presidencial francesa, pós Sarkozy. Não tive êxito. Ele não se animou. Falei da potencialização da mudança climática mundial. Nada. Não correspondeu. Perguntei do seu pensamento socialista e ele, com desânimo respondeu “fomos grandes sonhadores e perdemos para o mundo. Fracassamos”. Eu, de prontidão, discordei do pensador e lamentei o seu ponto de vista. De súbito, ele ergueu o olhar e discutimos por mais de hora a ideia da possibilidade igualitária entre os homens. Falamos de ética, estado, democracia e poder. Falamos de sonhos reais. E de pudim de leite, também.

A riqueza daquele encontro ficará guardada em minha memória, porque sei da contribuição intelectual que aquele mestre me proporcionou. Mas, é indiscutível que o meu ensaio para a luta pela igualdade entre as classes sociais trouxe ao ancião a sua juvenil causa, seu sonho por um mundo melhor que, ao final, é o meu sonho; o sonho de tantos outros brasileiros e também de tantas nações.

Neste sábado (14/09/2013), estou me filiando ao PCdoB. Foi uma decisão exclusivamente minha, porém, confesso que tenho uma influência forte do meu companheiro, o José Roberto que, diante de tanta dedicação e respeito aos valores do Partido, me fez sentir parte do grupo e mais do que nunca da ideologia socialista.

Estou muito feliz com a minha escolha e radiante em poder fazer parte de um Partido maduro, convicto dos seus ideais e com um histórico fascinante, contribuindo por Brasil melhor, mais justo e democrático.

Sigamos em frente, companheiros! A estrada é longa. A luta é justa e nem sempre a causa será ganha! Mas os sonhos não podem deixar de existir. Não podemos fracassar diante das nossas crenças.

Meu nome é Renatha Ribeiro.

* Título da Redação