EUA quase detonou bomba nuclear na Carolina do Norte em 1961
A Força Aérea dos Estados Unidos esteve a ponto de detonar, acidentalmente, uma bomba nuclear de quatro megatons sobre o estado da Carolina do Norte, segundo documentos desclassificados divulgados neste sábado (21) pelo jornal britânico The Guardian.
Publicado 21/09/2013 10:15
No dia 23 de janeiro de 1961, duas bombas de hidrogênio Mark 39 foram lançadas acidentalmente sobre a cidade de Goldsboro, após um B-52, avião bombardeiro da Força Aérea norte-americana, sofrer uma avaria em pleno vôo enquanto sobrevoava esse estado americano.
Força Aérea norte-americana testa detonação nuclear no estado de Nevada, EUA, em 1957
Segundo a informação publicada pelo jornal britânico, cada bomba possuía uma potência 260 vezes maior que a bomba lançada em Hiroshima anos antes e uma delas chegou a ter o processo de detonação iniciado. Durante um problema no avião, uma das bombas foi lançada da aeronave como se tivesse sido ativada.
Foi um interruptor de baixa tensão que permitiu evitar que ela explodisse e ocasionasse uma catástrofe de dimensões monumentais. Apesar de o governo dos EUA ter reconhecido anteriormente esse acidente, ele nunca divulgou o quão perto a bomba esteve de ser detonada, sempre negando que a vida dos cidadãos estivesse em perigo por conta de erros nos sistemas de segurança.
Os documentos secretos foram obtidos pelo jornalista investigativo Eric Schlosser, que realizou a descoberta enquanto fazia pesquisas para seu livro que tratará da corrida nuclear. Durante o transcurso de suas pesquisas, Schlosser descobriu que entre 1950 e 1968, ocorreram pelo menos 700 acidentes "significativos" e incidentes, os quais envolveram cerca de 1.250 armas nucleares.
O incidente, que ocorreu apenas três dias depois que John F. Kennedy pronunciou seu discurso de posse como presidente dos Estados Unidos, poderia ter impactado cidades como Filadélfia, Baltimore, Washington e Nova York, caso a detonação nuclear tivesse sido concluída.
O responsável pelos mecanismos de segurança das armas nucleares do governo dos EUA, Parker Jones, reconheceu em relatório divulgado oito anos depois que os explosivos não contavam com a segurança adequada.
Fonte: Opera Mundi