Fórum de Mulheres Negras realiza debate sobre mortalidade materna
No sábado (28/9), quando é comemorado o Dia Mundial de Luta contra a Descriminalização do Aborto, o Fórum Nacional de Mulheres Negras da Bahia (FNMN-BA) vai realizar uma mesa redonda sobre saúde da mulher negra, mortalidade materna e descriminalização do aborto.
Publicado 26/09/2013 22:49 | Editado 04/03/2020 16:16
O evento acontece no Instituto de Saúde Coletiva – ISC UFBA, no campus do Canela, em Salvador, das 8h às 12h. Coordenada por Josiane Climaco, a mesa contará com as presenças de Ubiraci Matildes, Rosa Cândida, Maria José Araújo e Walter da Mata, além de representantes de movimentos sociais e de mulheres, a exemplo da UBM (União Brasileira de Mulheres).
De acordo com o Fórum, a discussão sobre mortalidade materna pretende chamar a atenção para o problema e ampliar o debate sobre os direitos das mulheres. É de grande importância incluir nas capacitações dos profissionais da rede básica, de serviços de referência e das maternidades assuntos sobre questões étnico-raciais nas condições de vida e saúde da população.
O FNMN-BA é um espaço em que as mulheres negras das camadas populares, pesquisadoras e movimentos sociais se unem para pensar políticas afirmativas e medidas para alcançar melhor qualidade de vida.
Brasil
No país, o aborto é permitido apenas como direito em caso de estupro, risco de vida à mulher e em situação de feto anencefálico, este último garantido apenas em 2012. Atualmente, sob pressão bancada evangélica no Congresso, o projeto de lei 478/2007, conhecido como Estatuto do Nascituro, está em debate nas comissões.
Por falta de apoio, muitas mulheres brasileiras realizam abortos caseiros, o que leva muitas à morte. Anualmente, de acordo com o Ministério da Saúde, entre 729 mil e 1,25 milhão de mulheres se submetem ao aborto. Destas, pelo menos 250 morrem.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro