ONU informa sobre missão "sem precedentes" na Síria 

Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) realizam uma missão sem precedentes na Síria, cujo governo vem recebe reconhecimento internacional pela colaboração e compromisso com o plano de verificação e destruição do seu arsenal químico. Nesta segunda-feira (7), o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, emitiu uma declaração otimista sobre o processo e sobre o longo prazo do plano, acordado entre a Rússia e os EUA, e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU.

Ban Ki-moon - AFP

Ban Ki-moon revelou que 100 especialistas internacionais permanecerão cerca de um ano na Síria, em uma missão que “buscará conduzir uma operação que, por suas características, para simplificar, nunca foi tentada antes”. 

O informe de Ban foi transmitido ao Conselho de Segurança, para abordar a supervisão da destruição das armas químicas na Síria, segundo acordado com o governo do presidente Bashar Al-Assad. 

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Entretanto, o secretário-geral também ressaltou o grande risco que os membros da missão enfrentam, com o receio de um ataque dos grupos rebeldes contra a equipe. Recentemente, uma grande ofensiva dos grupos armados no nordeste da Síria ressaltou a iminência das ameaças aos inspetores internacionais no país.

Na semana passada, um grupo de 19 peritos da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) chegou à Síria para executar a resolução 2118 do Conselho de Segurança, aprovada em 27 de setembro, para estabelecer as linhas do acordo geral alcançado no mês anterior entre Rússia e EUA.

A resolução logrou suspender a retórica de guerra promovida pelos Estados Unidos contra o governo sírio, depois de a oposição armada no país e no exterior acusar as forças oficiais de lançar um ataque químico contra civis da região de Ghutta, na região da capital, Damasco.

O governo sírio rechaçou categoricamente as acusações, que considera parte de um plano para favorecer a intervenção militar estrangeira no país e desviar a atenção da equipe de peritos internacionais que já estava na Síria, a convite do governo, para investigar outras denúncias de uso de armas químicas.

Já neste fim de semana, o secretário de Estado norte-americano John Kerry, em encontro com o chanceler russo, Serguei Lavrov, saudou o início do processo de desarmamento químico na Síria.

O arsenal químico da Síria é estimado em 1.000 toneladas de gás Sarin e outros agentes, e deve ser destruído até meados de 2014, de acordo com o plano.

Com agências,
Da redação do Vermelho