Presidente colombiano anuncia "força tarefa" contra as Farc

Em meio às negociações de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano, o presidente Juan Manuel Santos anunciou na última quarta-feira (9) uma “força tarefa” por considerar que algumas etapas do diálogo estão se esgotando. Segundo o jornal El Espectador, o mandatário ordenou a instalação de dois novos comandos militares.

Farc - Dom Total

O chamado “Espada de Honra 2” contará, segundo o governo, com 50 mil homens do Exército para ampliar a ofensiva contra os blocos sul e oriental das Farc, de acordo com notícia publicada no diário El Tiempo, que classificou a ação como um “plano de guerra”.

O objetivo do plano é enfraquecer a ação das Farc nas regiões onde o grupo guerrilheiro tem apresentado ação mais concentrada, neutralizando os chefes da guerrilha que ainda estão em operação. Ainda segundo o jornal colombiano, “o mandatário quer demonstrar para a guerrilha e para os críticos que tem vontade de buscar a paz, mas que se isso não se concretiza, não irá titubear ao redobrar a luta contra os grupos ilegais”.

“É um plano muito bem desenhado e muito bem sustentado, que pretende atualizar e incrementar as atividades das nossas Forças Armadas, tendo em vista que as circunstâncias mudam, e há etapas que vamos vencendo, enquanto começamos a enfrentar novas”, disse Santos, durante cerimônia no Forte Militar de Larandia, no departamento de Caquetá, no Sudoeste da Colômbia.

O presidente também informou que vai colocar em ação mais 15 mil policiais em todo o país. O novo efetivo terá como prioridade, segundo ele, a “luta contra os crimes de mineração ilegal, sequestros, tráfico e roubos”. Santos revelou que o governo pretende aperfeiçoar o treinamento das unidades militares e anunciou reforços na preparação dos profissionais e instalação de mais centros de Inteligência. “Estamos aumentando o número de municípios que estão dentro do Plano de Consolidação”, destacou.

O Plano de Consolidação, como foi nominado pelo governo, também objetiva assumir o controle de regiões onde bandos de criminosos (grupos de narcotraficantes comuns) ou guerrilhas atuam.

Na terça-feira (8), o presidente pediu às Farc mais rapidez no ritmo das negociações em Havana, capital de Cuba, e chegou a dizer que uma pausa poderia ocorrer durante o processo eleitoral, que começa nos próximos meses. As eleições presidenciais estão previstas para maio.

Por sua vez, o grupo de negociadores das Farc declararam que não pretendem sair da mesa de diálogos enquanto não conseguirem um acordo pelo fim do conflito armado. A agência Prensa Latina noticiou que o grupo guerrilheiro quer avançar no tema da participação política, em discussão do 15º ciclo de conversações que está em curso.

Da redação do Vermelho,
Com informações dos jornais colombianos e do Opera mundi