Organização para Proibição de Armas Químicas recebe Nobel da Paz

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), que está responsável pela destruição do arsenal de armas químicas da Síria recebeu o Prêmio Nobel da Paz deste ano pelos “esforços intensos para eliminar armas químicas”, de acordo com um anúncio do Comitê do Nobel em Oslo, na Noruega. As informações foram publicadas pelo portal Russia Today, nesta sexta-feira (11).

Uzumcu - Reuters / Toussaint Kluiters

A organização foi fundada em 1997, para monitorar o processo de implementação da Convenção sobre Armas Químicas, um tratado internacional que bane a produção, armazenamento e uso de armas químicas, e estabelece a sua destruição.

Seu trabalho principal tem sido o monitoramento do processo de desarmamento químico pelos signatários do tratado, particularmente os Estados Unidos e a Rússia, países que detinham os estoques mais expressivos quando a convenção foi assinada.

A organização atraiu manchetes depois do acordo, impulsionado pela Rússia, para a verificação internacional e destruição do arsenal da Síria, cujo governo, liderado pelo presidente Bashar Al-Assad, tem reiterado um compromisso sério com o desarmamento.

“As convenções e o trabalho da OPAQ têm definido o uso de armas químicas como um tabu sob o direito internacional”, afirma a declaração do Comitê norueguês do Nobel.

Segundo o comunicado, eventos recentes na Síria, onde o uso de armas químicas foi confirmado (com evidências sobre a autoria dos ataques sendo atribuída a grupos rebeldes, de acordo com fontes diplomáticas sírias e russas) “sublinharam a necessidade de aumentar os esforços para eliminar essas armas”.

“Alguns Estados ainda não são membros da OPAQ. Alguns não têm observado o praz, que era abril de 2012, para a destruição do seu arsenal químico”, diz o documento, que cita como exemplos os EUA e a Rússia.

O atual contexto abre uma chance histórica para a humanidade no caminho em direção ao desarmamento, disse Thorbjoern Jagland, presidente do comitê do Prêmio Nobel da Paz, enquanto anunciava o laureado deste ano.

“Agora temos a oportunidade de nos livrar de uma categoria interia de armas de destruição em massa (…). Este seria um grande evento na história caso conseguíssemos alcançá-lo”, continuou.

Os inspetores da Opaq estão na Síria para monitorar e apoiar o governo na destruição do seu arsenal, estimado em 1.000 toneladas de gás tóxico.

A missão não seria fácil em um país submerso em uma guerra de dois anos e meio, e o plano indica que a Síria não possuirá mais armas químicas ou a capacidade de produzi-las até o meio do ano que vem.

Neste processo, a Opaq tem declarado uma cooperação considerável do governo do presidente Bashar Al-Assad, que já reiterou diversas vezes o seu compromisso com o desarmamento.
A equipe na Síria consiste de 27 especialistas de campo, com um número que deve aumentar a cerca de 100 no pico do processo de destruição.

Com informações do Russia Today,
Da redação do Vermelho