Democratas rejeitam plano fiscal da Câmara dos EUA

Os democratas rejeitaram uma proposta dos republicanos da Câmara de Representantes dos Estados Unidos para estender o limite da dívida do país e reabrir o Governo Federal, suspenso desde o início do ano fiscal de 2014, em 1º de outubro. A matéria é da emissora britânica BBC, desta terça-feira (15).

Crise fiscal - Stephen Crowley / The New York Times

A Casa Branca criticou o que chamou de uma tentativa de apaziguar um pequeno número de conservadores, mas saudou o plano paralelo do Senado, composto por republicanos e democratas.

Entre as disputas políticas estão as propostas de alteração feitas pela Câmara ao plano de reforma da saúde, elaborado pelo presidente Barack Obama, e o aumento do teto da dívida pública, já em 16,7 trilhões de dólares (alcançados no começo do ano), devido ao risco de inadimplência.

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A crise fiscal atingiu o pico quando o Congresso falhou em alcançar um acordo para a definição do orçamento do governo, o que dependia das duas disputas principais. O ano fiscal de 2014 começou e, sem um orçamento aprovado, o governo ficou impedido de fazer diversos gastos, chegando à situação de “suspensão”.

“Ainda não está claro se o Congresso pode chegar a um acordo a tempo de impedir uma calamidade econômica nos Estados Unidos e em todo o mundo”, afirma a BBC.

Propostas paralelas

Tanto o plano do Senado, desenhado na noite desta segunda-feira (14), e o plano dos republicanos da Câmara, revelado nesta terça (15), financiariam o governo até meados de janeiro, e aumentariam o teto da dívida até fevereiro, criando espaço para os negociadores concordarem sobre um orçamento de prazo maior.

A proposta do Senado adiaria por dois anos o pagamento de impostos por contratação a companhias e sindicatos trabalhistas sobre os planos de saúde dos trabalhadores.

O plano da Câmara, enquanto isso, adiaria um mecanismo de imposto médico usado para pagar pelos subsídios dos planos de saúde previstos por lei e eliminaria os subsídios para o presidente, o vice-presidente, os membros do gabinete e os do Congresso.

Ambas as propostas incluiriam requisitos de verificação de renda para os estadunidenses que busquem subsídio público para contratar planos de saúde.

A lei da saúde foi aprovada em 2010 e subsequentemente validada pela Corte Suprema, e foi uma questão central da eleição presidencial de 2012. Muitas das provisões-chave já estão em vigor, e outras entram em vigor no próximo ano.

Nesta terça, Obama rejeitou o que um assessor descreveu como uma tentativa dos republicanos de extorquir um “resgate” enquanto o governo continua fechado, e a ameaça de inadimplência continua sendo especulada. Seria a primeira vez na história dos EUA.

Com a BBC,
Tradução da redação do Vermelho