Vinicius de Moraes é homenageado no Congresso Nacional

O artista Vinicius de Moraes, que completaria 100 anos, no dia 19 de outubro, foi homenageado pelo Congresso Nacional, nesta segunda (14/10). O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) propôs a homenagem junto ao deputado Penna (PV-SP), com o intuito de reafirmar a importância artística do poeta para a cultura brasileira.

Participaram da homenagem, os senadores Jorge Viana e Ana Amélia, além do músico Marcel Powell, filho de Baden Powell, a cantora Myrlla Muniz, o coral do Senado e integrantes do Clube do Choro de Brasília.

“Hoje, por ocasião do seu centenário, homenageamos o autor de tantos versos que serão guardados para sempre no coração do povo brasileiro, como um dos tesouros da língua portuguesa. Homenageamos o filho de dona Lydia e seu Clodoaldo. Homenageamos o marido de Beatriz, Regina, Lila, Maria Lúcia, Nelita, Cristina, Gesse, Marta e Gilda. Homenageamos o pai de Susana, Pedro, Georgiana, Luciana e Maria. Homenageamos o amigo de tantos amigos, o parceiro de tantos parceiros, o irmão de todos nós. Homenageamos um dos maiores educadores do povo brasileiro naquilo que possuímos de melhor – a abertura para o mundo, a capacidade de amar e fazer amigos, a vocação para a fraternidade. Se alguma vez algum brasileiro mereceu o nome de “cordial” – em todos os sentidos da palavra, inclusive o etimológico, de “ser guiado pelo coração” – esse brasileiro foi Vinicius de Moraes”, ressaltou Inácio.

O senador ainda relatou o episódio da viagem de Vinícius acompanhado do escritor americano e militante socialista Waldo Frank. Essa viagem acarretou uma guinada no pensamento estético, social e político do artista. Disse Vinicius mais tarde: “Comecei a viagem como um homem de direita e terminei como um homem de esquerda. Era um mundo novo que se abria. (…) No plano político, principalmente. Comecei a ver as coisas. Vi a miséria do Nordeste, os mocambos do Recife, as palafitas do Amazonas, as casas de habitação coletiva da Bahia, a lama, a podridão, o abandono. Aquilo me escandalizou, precipitou uma tomada de consciência”.

Inácio Arruda destacou também a truculência da ditadura militar contra Vinícius, que, por um ato infame, o exonerou do Itamaraty. Essa infâmia só foi reparada 41 anos depois, por iniciativa do Chanceler Celso Amorim e do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, por meio da Lei nº 12.265, de 21 de junho de 2010, promoveram Vinicius de Moraes, post mortem, ao cargo de Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Itamaraty.

Fonte: Assessoria do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE)