Marney Eduardo F. Cruz: O educador social e sua causa

 Por *Marney Eduardo Ferreira Cruz

Sob a orientação da pedagogia da libertação constituída na relação dialógica de Ação-Reflexão-Ação do maior educador do Brasil, Paulo Freire, com sua teoria divulgada em quase todos os países do mundo, os Educadores Sociais no Brasil vem a quase 10 anos buscando reconhecimento, legitimação e a regulamentação da profissão que se diferencia do professor por sua atuação e transformação social com os indivíduos que trocam conhecimentos com eles. Porém, a sua atuação ainda é considerada informal por não atuar costumeiramente em ambientes tradicionais, como as escolas, mas são lugares onde o próprio Estado não teve condições de responder cuja tarefa também é preservar a cultura, a identidade, e a arte popular.

A sua ação não é somente em Instituições Governamentais: atua em ONG’s, projetos sociais, bem como em organizações da sociedade civil que, na maioria das vezes, sua relação empregatícia esteja vinculada a empresas que terceirizam o serviço. Mas esse profissional nem sempre recebe os méritos, até por falta de identificação da profissão, já que no Brasil muitos são os nomes que o Educador Social vem recebendo: facilitadores, monitores, assessores… Quando jovem fui contratado para atuar como Educador Social e constava Auxiliar Administrativo ao invés do legítimo nome. No Brasil a primeira entidade que luta pelos seus direitos é a Associação dos Educadores e Educadoras Sociais do Ceará – Aesc que na manhã da segunda feira (30/9/13) recebeu e concedeu homenagens a Educadores Sociais no Estado cuja comemoração foi no dia 19 de setembro. Além deles, políticos foram homenageados pela causa no município, no Estado e no País. Em Fortaleza, a lei nº 9958/12 já regulamenta a profissão.

A Aesc define a atuação do profissional da seguinte forma: “Atuam na Educação extraformal, desenvolvendo atividades de intervenção sócio-educativa com pessoas em situação de risco social, econômica, racial, sexual, física e mental.” Esse profissional merece melhores salários, concursos públicos e formação adequada. Quem sabe se o IFCE não oferece o curso técnico para o Educador Social? Ou a Uece um curso de Graduação? Quem sabe se a Secretaria de Educação do Estado não oferece bolsas de estágio para que jovens do Ensino Médio ajudem os Educadores Sociais? Parabéns a todos os Educadores Sociais e desejamos que continuem com amor à causa e a
militância que extrapola a sua profissão


*Marney Eduardo Ferreira Cruz é Professor Universitário

Fonte: O Povo

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