Israel deve comparecer à sessão do Conselho de Direitos Humanos

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha instou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a comparecer a uma sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, na terça-feira (29). Guido Westerwelle advertiu Netanyahu que se Israel boicotar a sessão do Conselho, causaria um “dano político significativo a si próprio e aos seus aliados”. Ainda assim, o governo deve anunciar a construção de mais 1.700 casas em colônias nos territórios palestinos ocupados.

Colônia israelense - Uriel Sinai/Getty Images

O jornal israelense Ha’aretz informou que a carta enviada a Netanyahu por Westerwelle faz parte da pressão internacional sobre Israel para convencer o governo israelense a comparecer perante o Conselho, em Genebra, na Suíça.

O antigo ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, afastado do cargo por acusações de corrupção, havia anunciado, em março, que o país boicotaria a sessão do conselho. O extremista de direita fez a ameaça após uma decisão do órgão da ONU de formar um comitê investigador para avaliação da construção de colônias nos territórios palestinos ocupados de Jerusalém Leste e Cisjordânia.

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A sessão da ONU é parte de uma revisão internacional sobre direitos humanos dos países membros. Se Israel recusar-se a comparecer, será o primeiro país a boicotar o processo, o que será sujeito à crítica internacional e o descrédito e deslegitimação do órgão e do regime de proteção dos direitos humanos.

De acordo com o vice-ministro de Relações Exteriores, Zeev Elkin, Israel cooperaria com o Conselho de Direitos Humanos sob duas condições: “A primeira é aceitar Israel como um membro pleno entre os países ocidentais do Conselho, e a segunda é a avaliação dos direitos humanos em Israel e da Cisjordânia em sessões separadas”.

Os países europeus que buscam persuadir Israel a comparecer à sessão de avaliação do Conselho de Direitos Humanos tendem a aceitar a primeira condição. O governo israelense já boicotou a sessão do dia 29 de janeiro, após a decisão do Conselho de lançar a missão de averiguação dos fatos sobre as colônias, em março de 2012.

De acordo com a sua página oficial, a resolução de março, emitida pelo órgão, tem como objetivo "enviar uma missão internacional e independente de averiguação dos fatos, a ser nomeada pelo presidente do Conselho de Direitos Humanos, para investigar as implicações das colônias israelenses sobre os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais do povo palestino em todo o Território Palestino Ocupado, inclusive Jerusalém Leste".

Ainda assim, Israel está prestes a anunciar a aprovação da construção de mais 1.700 unidades habitacionais ilegais em colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Leste, apesar dos apelos das autoridades palestinas por um comprometimento com as negociações de paz recentemente retomadas.

A maior parte das casas será construída na colônia de Shlomo, em Jerusalém Leste, e o resto será construído em outras partes da Cisjordânia ocupada, de acordo com o jornal israelense Ma’ariv.

Com agências,
Da redação do Vermelho