Contradições no G5+1 impediram acordo com Irã sobre tema nuclear
As contradições no seio do Grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, mais a Alemanha) impediram que terminassem os diálogos sobre a questão nuclear com o Irã, declarou neste domingo (10) o vice-chanceler iraniano, Seyed Abás Araqchi.
Publicado 11/11/2013 06:20
Em uma coletiva de imprensa, realizada em Teerã, Araqchi destacou os progressos alcançados nas difíceis e intensas reuniões realizadas ao longo de três dias, nas quais se conseguiu resolver grande parte das questões pendentes.
Segundo o diplomata persa, era possível finalizar os acordos em Genebra, mas alguns problemas, assim como diferentes pontos de vista entre as partes, em particular entre membros do próprio Sexteto, se decidiu continuar os encontros em 20 de novembro próximo .
A autoridade persa acrescentou que após os diálogos mantidos entre 7 e 9 de novembro em Genebra, a República Islâmica do Irã deduziu que se necessitava de outra oportunidade para chegar a um entendimento.
Por outro lado, o vice-chanceler acrescentou que o plano 'passo a passo', apresentado por Teerã recebeu o beneplácito da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ao indicar que ambas as partes tratam de impulsionar uma estrutura para a continuação da cooperação.
Ele afirmou também que decidir sobre esse novo marco é algo para a fase final, enquanto expressou a esperança de que tal estrutura seja prática com a presença do diretor geral da AIEA, Yukiya Amano em Teerã para marcar um ponto de inflexão nas relações entre o Irã e a agência.
O representante permanente do Irã perante a AIEA, Reza Nayafi, declarou que Amano se entrevistará nesta segunda-feira (11) com as autoridades iranianas para iniciar uma nova etapa nas relações entre o Irã e a agência, com o objetivo de resolver os assuntos de ambos os lados.
Nayafi destacou que Teerã apresentou uma nova proposta, que inclui passos práticos. Prevê-se que o texto de tal proposta seja finalizado e acordado nesta segunda-feira entre ambas as partes.
O diretor geral da AIEA anunciou que viajará ao Irã para tratar o tema das inspeções às instalações nucleares do país persa.
O enriquecimento de urânio no país é a linha vermelha do Irã nas negociações nucleares com o Grupo 5+1, afirmou neste domingo (10) o presidente iraniano, Hassan Rowhani, perante o parlamento do país.
A República Islâmica não cederá às ameaças de nenhuma potência, afirmou o presidente, que esclareceu que seu país tem atuado de maneira racional e com tato durante as negociações nucleares que terminaram ontem em Genebra sem acordo entre delegações de Teerã e o Grupo 5+1.
O presidente persa também disse que "dissemos às partes negociadoras que não responderemos a nenhuma ameaça, sanções, humilhações nem discriminações. (…) O Irã não se submeteu, nem se submeterá, frente às ameaças de nenhuma autoridade", segundo citação das palavras do presidente difundida pela agência noticiosa dos Estudantes Islâmicos.
Desde sua ascensão à presidência, Rowhani anunciou que poria em prática uma política que chamou de flexibilidade responsável, baseada na intenção de manter boas relações com todos os países do mundo.
Os mais altos dirigentes iranianos, inclusive o Líder Supremo, Ayatolá Alí Khamenei, ofereceram garantias de que o país persa não tem a intenção de se dotar de armas de extermínio em massa por considerá-las contrárias à fé muçulmana.
Mas, ao mesmo tempo, a cúpula persa reivindica seu direito ao domínio da tecnologia nuclear enquanto membro da Organização Internacional da Energia Atômica e assinante do acordo de não proliferação nuclear.
Hispan TV e Prensa Latina